quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Amazônia: vítima da Biopirataria








Aulenice Ferreira e Sâmela Ramos

Reconhecida como a maior floresta tropical do Brasil, a Amazônia é o maior banco genético do mundo. A conservação da biodiversidade amazônica tem enorme valor como garantia de qualidade de vida para as futuras gerações, mas toda essa riqueza natural vem sendo ameaçada pela biopirataria, contrabando de diversas formas de vida da flora e da fauna. Muito se tem feito para controlar a exploração da Amazônia, uma vez que isto ameaça o patrimônio genético e a soberania nacional do país.
O termo biopirataria é um termo relativamente novo, criado 1993 pela ONG RAFI (hoje ETC-GROUP) para alertar que os recursos biológicos e indígenas estavam sendo apanhados e patenteados por empresas estrangeiras e instituições científicas, o termo significa apropriação dos recursos biogenéticos e/ou conhecimentos de comunidades por indivíduos ou instituições que procuram controlar estes recursos. O Brasil sofre com a biopirataria desde dos tempos de descobrimento em que o pau-brasil foi levado para Europa devido ao seu alto valor comercial. Hoje essa situação tem-se se agravado em virtude das dificuldades da fiscalização pelos órgãos ambientais e pela extensão territorial do país.
Segundo dados do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) a biopirataria é a atividade ilegal mais rentável do mundo, calcula-se que aproximadamente 38 milhões de animais brasileiros sejam levados para fora do Brasil, mas 90% deles morrem antes de chegar ao destino. O tráfico de animais silvestres movimenta aproximadamente 1,5 bilhões de dólares por ano. Não é apenas o tráfico ilegal de animais e plantas que preocupa, mas também a ação agressiva do homem sobre a natureza como as queimadas e o desmatamento que contribuem para extinção de espécies da flora e da fauna brasileira. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) o número de animais ameaçados de extinção aumentou de 219 para 395, o que significa que futuramente muitas espécies tendem a desaparecer.
A apropriação dos recursos biológicos de maneira ilegal tem causado muitos danos a várias nações. O Brasil, hoje é um dos países onde a biopirataria tem se alastrado, pois a Amazônia desperta interesses de outros países. Durante a ECO -92 no Rio de Janeiro, foi assinado a Convenção da Diversidade Biológica que visa, entre outros, a regulamentação do acesso aos recursos biológicos e a repartição dos benefícios provenientes da comercialização desses recursos para as comunidades locais.
O projeto de lei n° 306 proposto pela Senadora Marina Silva, discute a preservação da diversidade, a integridade e a utilização sustentável do patrimônio genético do país. Propõe, ainda, os seguintes princípios: soberania do poder público sobre os recursos genéticos existentes no território nacional; participação das comunidades locais e dos povos indígenas nas decisões sobre o acesso aos recursos genéticos; prioridade, no acesso aos recursos genéticos, para os empreendimentos nacionais; promoção e apoio dos conhecimentos e tecnologias dentro do país; proteção e incentivo à diversidade cultural; garantia da biosseguração e da segurança e garantia dos direitos sobre os conhecimentos associados à biodiversidade. O projeto foi enviado à Câmara dos Deputados, onde ainda encontra-se parado.
Sem dúvida, esforços têm sido feitos para reverter a situação da biopirataria, mas claro que ainda não são suficientes, ou eficientes no combate a este crime, que é um dos que atingem a biodiversidade.
A Convenção da Diversidade Biológica – CDB – documento assinado pelo governo brasileiro durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em linhas gerais pretendia assegurar a conservação da biodiversidade, seu uso sustentável, uma justa repartição dos benefícios gerados dos recursos genéticos, e o mais importante, respeitar a soberania e autonomia de cada nação sobre o seu próprio patrimônio dentro de seu território.
O artigo 8(j) deste documento obriga os países signatários a respeitar, preservar e manter o conhecimento, inovações e práticas das comunidades locais e populações indígenas, seus estilos tradicionais, importantes ao uso sustentável da diversidade biológica.
Crueldade define o tráfico de animais, em que somente 10% dos animais capturados ilegalmente chegam a serem comercializados, os 90% restantes morrem antes de chegar ao seu destino. As condições nas quais eles são transportados são deprimentes, alguns bichos são forçados a tomar álcool para que se acalmem, outros tem seus ossos quebrados, como os macacos que viajam dentro de garrafas térmicas. O transporte de ovos de aves e répteis é bastante comum, uma vez que em caso de fiscalização, o traficante pode quebrar os ovos com intenção de livrar-se do flagrante. A confecção de bijuterias e cocares é resultado do tráfico de papagaios, as pessoas que compram estes materiais não fazem idéia de como eles são transportados e de uma forma indireta contribuem para a biopirataria no Brasil.
Infelizmente, nosso país tem perdido o controle desse patrimônio natural com a inserção de biopiratas que se identificam como cientistas e estudiosos, aproveitando, assim, para coletar materiais naturais apossando-se dos conhecimentos medicinais. Quanto aos recursos da flora, os mais procurados são a casca do ipê roxo, casca do Jatobá, folha da Pata da Vaca, cipó da Unha de Gato e da casca do canelão que são produtos essenciais para a indústria farmacêutica. O Brasil perde muito com a biopirataria, além de ter sua flora e fauna prejudicada com a extinção de várias espécies de animais e plantas, tem sua soberania ameaçada.
Um dos maiores compradores desse mercado é os Estados Unidos da América, que utilizam-se de vários desses recursos genéticos, em sua maioria provenientes da Amazônia. O mais incrível, é que boa parte das pessoas que trabalham nesse contrabando entram facilmente em nossas florestas, e destroem a biodiversidade, retirando delas recursos que deveriam beneficiar as comunidades locais.
A biopirataria não é apenas um problema dos países que sofrem com sua ação, mas de todos que de alguma forma usufruem dela. A sobrevivência humana depende da conscientização e conservação destes recursos, pois só a manutenção da nossa fauna e da flora é que garantiremos futuramente a qualidade de vida do Brasil. Cabe à sociedade brasileira cuidar da biodiversidade, para que nosso país continue se destacando por suas riquezas naturais e garantindo sua soberania nacional.

Língua Portuguesa e Literatura: Teoria versus Prática na formação de leitores

Por Suelen Regina



Alguns professores de Língua portuguesa procuram inovar o ensino do Português e da Literatura em sala de aula, com práticas pedagógicas diferenciadas, pois, aprende-se na Universidade que se deve dar prioridade à compreensão, à leitura, ao uso dos diferentes gêneros textuais durante as aulas. Porém o que se vê na maioria das escolas públicas é que a teoria não passa de teoria, e que a prática é deixada de lado.

O estudo da gramática é um dos problemas em sala de aula. Os professores têm dificuldade de abordar a gramática usando recursos paradidáticos, leituras, uso de gêneros. A gramática é dada através de fórmulas, que nada ajudam o aluno, só prejudicam o aprendizado da língua. Exercícios de aproveitamento, que deveriam ser dados através de discussão oral, são na verdade, apenas exercícios de revisão sobre o assunto. O que acontece com o aluno, é o contrário esperado: desinteresse pela aula, evasão escolar, revolta e falta de respeito com o professor.

Embora haja dificuldades, alguns professores procuram dar prioridade à compreensão de textos com os alunos, criam dinâmicas, propõem o uso do gênero teatro em trabalhos, do gênero entrevista com a explicação de obras literárias. Mas esbarram em outro problema, o desinteresse do aluno, já acostumado com um ensino antigo que não o faz crítico, leitor e escritor. Isso, muitas vezes, faz com que aquele professor inovador se detenha ao ensino antigo e tenha desestimulo profissional.

Segundo Caetano¹, “não se pode negar que é função da escola, como instituição formal, transmitir a herança cultural às novas gerações”. Mas o que se vê “na grande maioria das escolas é o contrário, percebemos a efetivação do ato de pseudoleitura, ou seja, leitura sem compreensão, sem recriação do significado, mais como um ato mecânico, sem preocupação com o interesse que emana da idade do leitor”. Assim como acontece na Literatura, acontece nas aulas de Português, há um descaso com a formação de alunos críticos e leitores. Até no ensino fundamental, a literatura é dada como parte da Língua Portuguesa, o aluno só tem contato com a literatura nas séries finais. Assim, não se dá o valor necessário ao estudo literário. A criança não tem contato com as diferentes obras, apenas com fragmentos dessas, que vem nos livros didáticos. E sendo apenas fragmentos, não proporcionam um entendimento correto da temática da obra.

Como mudança dos modelos tradicionais de ensino, os PCN’s estão abordando uma nova temática no estudo de Língua Portuguesa, “o processo de ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa deve basear-se em propostas interativas língua/linguagem consideradas em um processo discursivo de construção do pensamento simbólico, constitutivo de cada aluno em particular e da sociedade em geral”. Priorizar a especificidade do aluno e deixar que “o estudo da gramática passe a ser uma estratégica para compreensão/interpretação/produção de textos e a literatura integre-se a área de leitura.”.

Para um bom ensino da língua portuguesa não se precisa de idéias preconcebidas, de uma única visão dada pelos livros didáticos, deve-se evidenciar que a escola é a fomentadora de leitores, e que não pode se prender ao ensino da gramática desvinculada do texto. O aluno tem que ser motivado, a escola tem que propor projetos que visem auxiliar esse aluno em dificuldade, mas não se pode esquecer que a equipe é escola/professor/aluno, sendo assim, nenhum dos “integrantes” pode ser deixado à margem do ensino.




¹ CAETANO, Santa Inês Pavinato. O Ensino de Literatura: deficiências e alternativas para mudar paradigmas. In: FLORÊS, Onici Claro (org.). Ensino de Língua e Literatura: alternativas metodológicas. CANOAS. Ed. ULBRA. 2001.

Diabetes faz vítimas cada vez mais jovens



Paula Galvão


Se você tem algum parente com diabete, está acima do peso, tem sede excessiva, vontade de urinar freqüentemente e visão embaçada, cuidado! Você pode estar correndo um sério perigo...
A diabete sempre foi considerada uma doença de pessoas idosas. Hoje já não é mais.
Os casos de diabete registram atualmente em toda a América Latina, um número desenfreado, fazendo vítimas cada vez mais jovens. Com esta situação, estima-se que até 2025, cerca de 26,2 milhões de pessoas desenvolvam a doença, que, segundo muitos médicos, já virou uma epidemia.
O inicio da diabete é praticamente sutil. Especialistas calculam que 40% dos diabéticos-inclusive milhões de crianças e jovens - não saibam que têm essa doença. No estágio inicial, as pessoas não percebem os sintomas, nem sentem dor, e, quando eles surgem, os pacientes se acostumam com eles. Somente quando algo fica insuportável, como visão embaçada, é que procuram o médico, então, vem o diagnóstico, que, demorado, tem conseqüências desastrosas, como a cegueira total.
A diabete é a principal causa de cegueira em pessoas entre 20 e 74 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde. Também é a principal causa de amputação de membros, uma vez que os diabéticos sofrem alterações nos vasos sanguíneos e nos nervos, o que vem a provocar ulcerações nos braços e nas pernas. Não sendo possível cicatrizá-las, e, para salvar a vida do paciente, a solução é amputar o membro afetado. Ás vezes, uma picada de mosquito pode gerar uma tragédia, e, tendo complicações, a diabete também pode causar insuficiência renal.
Há dois tipos de diabete: o Tipo 1, que era chamado de diabete juvenil (por surgir geralmente na infância), e o Tipo 2, chamado de diabete de início tardio, por aparecer na meia-idade ou depois. Cerca de 90% dos diabéticos têm o Tipo 2, porém, o que mais preocupa e assusta os médicos, é que os pacientes são cada vez mais jovens, incluindo principalmente os adolescentes.
Estudiosos e profissionais da área de saúde justificam a causa desse caos em dois fatores interligados: a obesidade e o sedentarismo, isso porque a alimentação hoje é mais rica em açúcar e gordura; muitos empregos não exigem um exercício físico saudável e a televisão, assim como outros meios eletrônicos, virou a forma dominante de lazer e entretenimento: muitas pessoas deixam de caminhar à noite, na preferência aos programas televisivos, por exemplo.
A diabete é uma falha na resposta do corpo à ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas. Isso resulta em concentrações maiores de glicose no sangue, o que, por sua vez, compromete os vasos sanguíneos, nervos e outras partes do corpo. Em alguns casos, conforme aumenta a quantidade de glicose, é necessário mais água para diluí-la. Quando os rins liberam o excesso, o corpo fica desidratado.
O controle da diabete é feito com insulina, a qual pode ser tomada por via oral ou à base de injeções. A insulina regula o nível de glicose do sangue e diminui as complicações da doença. Médicos são unânimes em afirmar que exercícios físicos e dieta são os melhores remédios e estão à disposição de qualquer pessoa. Estudos científicos mostram que cerca de 150 minutos de caminhada por semana, juntamente com a redução de peso, podem evitar o desenvolvimento da diabete em até 58% dos pacientes, inclusive crianças e adolescentes, que têm maior facilidade em consumir alimentos gordurosos e com alto teor de açúcar.
É importante ter cuidado com a saúde, para fugir desta doença que a cada dia, está visando uma geração bem mais jovem...
Fonte: Seleções – Reader’s Digest. Edição: abril de 2007

Rui Barata: "Tudo que eu amei estava aqui"


Por Samêla Ramos

“O tempo tem tempo de tempo ser,
o tempo tem tempo de tempo dar,
ao tempo da noite que vai, correr,
o tempo do dia que vai chegar”




Em junho de 1920 nasceu na cidade de Santarém, o filho único de Maria José Paranatinga Barata(Dona Noca) e do advogado Alarico de Barros Barata, Ruy Guilherme Paranatinga Barata, o grande poeta Ruy Barata. O nome de Rui, foi dado pelo pai, devido sua grande admiração por Rui Barbosa. Paranatinga, nome indígena vem do lado materno, paraná que significa rio e tinga, branco. Foi alfabetizado pelo próprio pai, e aos dez anos de idade fora a Belém continuar seus estudos. O início de sua produção literária se dá na revista Terra Imatura, onde em meio aos estudos jurídicos da Faculdade de Direito do Pará (1938), sente sua paixão pela poesia crescer.
Ruy Barata casou-se em 1941, com Norma Soares Barata, com quem teve sete filhos: Maria Diva, Rui Antônio, Paulo André (parceiro constante em várias canções, entre elas, as mais famosas, Foi assim e Pauapixuna), Maria Helena, Maria de Nazaré, Maria Inez e Cristóvão Jaques. Forma-se em direito (1941), em plena ditadura. Como orador da turma, discursa com eloqüência, no campo da justiça social, com teses avançadas. Prefere então, trocar a advocacia pela redação do jornal Folha do Norte, de Paulo Maranhão.
O poeta passou a freqüentar a “roda de papo” do Central Café, no centro de Belém, da qual fazia parte uma geração de brilhantes intelectuais paraenses: Benedito Nunes, Paulo Plínio de Abreu, Mário Faustino, Waldemar Henrique, Machado Coelho, Nunes Pereira, Cauby Cruz, Napoleão Figueiredo e Raimundo Moura. Pela José Olympio Editora, em 1943, publica seu primeiro livro de poemas Anjo dos Abismos, com o apoio de Dalcídio Jurandir.
O Pará, vivia um período crítico, na luta contra o autoritarismo de Magalhães Barata, e Ruy em 1946, é eleito deputado para a Assembléia Constituinte do Pará, aos 26 anos de idade. No golpe militar de 64, suas lutas lhe custam à demissão de seu cartório e a aposentadoria do cargo de professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Pará.
Em 1967, Ruy Barata inicia uma parceria formidável com seu filho Paulo André (jovem músico e instrumentista), que lhes rendaram belíssimas composições, como Foi assim e Pauapixuna, dada sua estreita ligação com a música nos tempos de mocidade.
Então em 1979, Ruy Barata é reintegrado ao quadro de professores da UFPA, e volta a lecionar Literatura Brasileira. Como um dos professores mais admiráveis da Universidade Federal do Pará, sua sabedoria e poesia encantavam alunos, amigos, e leitores, até hoje apaixonados pela sua produção literária. Paranatinga, um dos livros do poeta teve sua primeira edição em 1984, e pouco depois de sua morte, foi lançada a segunda.
No Parque da Residência, que hoje é a Secretaria de Cultura do Estado, encontramos nos jardins, uma bela estátua de Ruy Barata, uma homenagem não mais que merecida.
Paranatinga, um dos livros do poeta teve sua primeira edição em 1984, e pouco depois de sua morte, foi lançada a segunda. Seu livro Antilogia, uma coletânea de poemas organizada e revista pelo próprio autor, entre janeiro e fevereiro de 1990, antes de sua morte, foi lançada em 2000.
Ruy Barata nos deixou em 23 de abril de 1990, durante uma cirurgia, na cidade de São Paulo, onde tinha ido pesquisar dados sobre a passagem de Mário de Andrade pela Amazônia. A todos os paraenses, o poeta deixou um imenso legado, de dedicação e luta, tanto pela arte que fazia, quanto pelos valores culturais de sua terra. Sua obra continua inspirando muitas gerações, nas manifestações do homem amazônida.

Pauapixuna
Uma cantiga de amor se mexendo,
uma canoa no porto a cantar,
um pedacinho de lua nascendo
uma cachaça de papo “pru” ar.

Um não sei que de saudade doendo
uma saudade sem tempo ou lugar,
uma saudade querendo,
querendo ir e querendo ficar.

Uma leira, uma esteira,
uma beira de rio,
um cavalo no pasto,
uma égua no cio,
um princípio de noite,
um caminho vazio,
uma leira, uma esteira,
uma beira de rio.

E no silêncio uma folha caída,
uma batida do remo a passar.
um candeeiro de mangue.

Gordura Trans: "a mais nociva de todas as gorduras"


Jabert Diniz Júnior


Você já ouviu falar em gordura trans?
A gordura trans é um tipo de gordura vegetal formada por um processo químico chamado hidrogenação parcial que torna sólido, à temperatura ambiente, óleos de origem vegetal. O resultado imediato desse processo não teria uma boa aceitação, caso as pessoas pudessem ver o seu produto. Os óleos se transformam em uma pasta preta com mau cheiro que precisa ser alvejada para ficar sem cor e desodorizada para ficar sem cheiro.
Após essa “limpeza”, no entanto, a gordura trans é utilizada pela indústria alimentícia para deixar os alimentos mais saborosos e dar melhor resistência, ou seja, aumenta o prazo de validade, proporcionando mais vida útil aos mesmos. A trans solidifica nos alimentos, formando uma casquinha crocante e atraente.
Vendo por esse ângulo, a gordura trans parece ser uma coisa boa. Afinal ela foi criada para ser uma alternativa à gordura saturada encontrada no bacon, nas carnes vermelhas, etc, e virou febre na década de 80.
Acontece que, durante esse processo de hidrogenação, as moléculas de gordura passam por um rearranjo estrutural que faz com que no interior do organismo elas facilitem o depósito do chamado colesterol "ruim", o LDL, nas paredes das artérias coronarianas e de estar associada à redução de uma proteína essencial à produção do colesterol "bom", o HDL.
A gordura trans tornou-se, então, um dos maiores vilões da alimentação moderna, uma vez que nos vasos sangüíneos essa gordura se deposita com muito mais eficiência do que as gorduras saturadas de origem animal, impedindo-os de se dilatarem quando ocorre aumento do fluxo sangüíneo, já que perdem uma de suas características fundamental, a elasticidade.
Por essa razão, segundo relatos médicos, está se tornando comum esportistas jovens sofrerem parada cardíaca durante a prática de qualquer esporte. Durante a atividade física, o fluxo sangüíneo aumenta, mas o vaso não dilata para regular a passagem do sangue, ocasionando o infarto. A trans aumenta também a dose de triglicérides, uma outra fração de gordura que circula no sangue e está associada ao desenvolvimento da diabete.
Devido a isso tudo, no mundo inteiro está havendo um movimento com o intuito de eliminar da alimentação essa famigerada substância, que se tornou um dos mais poderosos inimigos da saúde.
A Austrália é um dos pioneiros no combate à trans e tem feito campanha e leis severas para desestimular o seu consumo. Em Nova York, o prefeito Michael Bloomberg determinou que nenhum restaurante da cidade pode conter nem vestígios de gordura trans nos seus cardápios. A Dinamarca não só proibiu o uso como julgou a trans uma substância ilegal no país. Os produtos que ainda a contêm são identificados com uma constrangedora tarja negra no rótulo, deixando clara a mensagem: quem quer comer que assuma o risco. A Inglaterra, também, está fazendo sua parte pressionando as indústrias de alimentos a reduzir drasticamente as porções de gordura trans em seus produtos. O Canadá anunciou que está discutindo leis rigorosas no combate à gordura trans. Contudo, algumas empresas, no mundo, em função desse barulho, estão retirando voluntariamente a gordura trans de seus produtos.
No Brasil, a única legislação sobre o assunto é uma norma da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que determina que os rótulos dos alimentos apresentem informações sobre valor energético e quantidade de seus nutrientes, inclusive de gordura trans. Isto, no entanto, não parece ser suficiente. É necessário esclarecer a população sobre os seus malefícios, recomendando que se identifique quais alimentos são ricos ou não em gordura trans, até porque, além de ela não ser necessária no nosso organismo, é extremamente nociva à saúde.
Ler nos rótulos o teor de gordura trans de cada produto é o primeiro passo
É fundamentalmente importante ler os rótulos dos produtos, prestando muita atenção nas informações contidas. A recomendação geral é que não se deve consumir mais de 2 gramas de gordura trans por dia. O consumidor deve estar atento, pois alguns produtos trazem em letras bem grandes, 0% gordura trans, porém, nos rótulos verifica que há na composição uma certa quantidade de gordura vegetal hidrogenada, o que é a mesma coisa.
Alguns dos alimentos que mais contêm gordura trans são: Biscoitos recheados industrializados, wafer; salgadinhos de pacote, tortas e bolos prontos e semi-prontos, sorvetes industrializados, batata frita, pipoca de microondas, margarinas, molhos de salada, maioneses, hambúrgueres, chocolates, especialmente os diet, temperos completos, etc


Fonte: Revista Veja Edição 1965, 19 de julho de 2006

Revista Isto é, Edição 1953


www.providaonline.com.br

Jabert Diniz Júnior

Acadêmico do Curso de
Educação Física da UEPA
Campus de Santarém

Imperfeição... Talvez

Que frio intenso
Não tem fim,
Por quê?
Que dor, ...dói.
Sem ao menos sentir.

Fugir!... Não sei pra onde,
correr no tempo p’ra que lugar.
O frio continua.
Alma consome,
A dor não quer parar

Tudo é ilusão!
Nada é real,
A dor, o frio
Tudo é confusão,
Ou talvez só um frio.

Por que não quer parar?
Explicação não tem?
A solidão, a dor o frio
Não sei,
Talvez só tempo dirá:

Talvez!... tu
Conforme a tua disposição,
Tudo será feito,
Digo a todos.
Talvez, se esqueça
Essa agonia
Do agora Imperfeito.

Só, assim, talvez,
desapareça o frio,
Talvez um dia
Tudo será desfeito.
... Talvez.


Augusto Sousa
Letras 2005/01

Os desafios por uma Educação do Campo


Suelen Regina

“O povo tem direito a ser educado no lugar onde vive. Tem direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com sua participação, vinculada a sua cultura e as necessidades humanas e sociais”.

Os acadêmicos de Pedagogia – 2003 do núcleo Universitário de Curuá realizaram do dia 5 a 7 de Outubro de 2007 com apoio da Prefeitura – Curuá e de projetos da Faculdade de Educação da UFPA/ Campus de Santarém (GESTOEPA e GEAFRO), palestras que tinham por finalidade tratar sobre a Educação do Campo, e mini-cursos dos Projetos: GESTOEPA, que tratou do tema “Conselho escolar no Campo”, e do GEAFRO, com o tema “Racismo, preconceito e descriminação racial”. O evento contou com a presença de alunos, professores de Letras e Pedagogia dos Municípios de Curuá e Santarém, e a comunidade geral.

Pensar em educação do campo requer um conhecimento amplo no assunto, tem-se que pensar numa educação voltada para as necessidades locais da região onde se trabalha. Enganamos-nos em acreditar que os maiores desafios para essa educação está na falta de estruturação das escolas, de professores qualificados, de transporte escolar e de material didático-pedagógico, o maior desafio é a mudança do modelo de educação presente no campo. Com o tema “Por uma educação do Campo” palestrou a Profª. Doutora Fátima Lima. Segundo ela, os maiores desafios estão na formação de pesquisadores, em que se esperam pesquisadores voltados para essa temática. Necessita-se de educadores com práticas pedagógicas diferenciadas e um currículo diferenciado, com um conhecimento amplo, que seja sensível e capaz de se adequar às condições da região de ensino, mas, para isso, é necessário que o governo elabore políticas públicas, dando prioridade ao contexto amazônico.

Ao mesmo tempo, que falta o preparo da escola ao não valorizar as diferentes expressões culturais das crianças ao meio em que vivem, falta também apoio para os alunos que, muitas vezes, moram em comunidades diferentes, e precisam se deslocar para o local de ensino, tendo um transporte adequado. A escola não tem condições de trabalhar sozinha, necessita do apoio do Governo para tomada de decisões.

Em continuidade ao evento, os mini-cursos trataram de outros temas como “Conselho escolar no Campo” (GESTOEPA) e sobre “racismo, preconceito e descriminação racial” (GEAFRO). Este último esclareceu algumas dúvidas sobre a distinção de racismo, preconceito e discriminação racial, pois, cada um desses elementos é conseqüente do outro, ou seja, idéia de que existem raças superiores e inferiores; idéia preconcebida, sem razão objetiva ou refletida; e, por último, uma atitude ou uma ação que objetiva diferenciar, distinguir e em geral prejudicar um grupo tendo por base idéias preconceituosas.

O evento proporcionou aos alunos e professores, um momento para reciclar, renovar, mudar idéias. Propor novas metas pedagógicas para as escolas do campo, conhecer as Diretrizes Curriculares do Campo, e reconhecer que o movimento pela educação do campo tem que partir do específico, do local e da cultura amazônica, sem claro, perder o global.

Literatura e Cristianismo: aproximação e distanciamento

Paula Galvão

Com um caráter transformador, a Literatura impressiona a muitos pela sua qualidade artística, englobando várias temáticas reelaboradas de maneira subjetiva, a ponto de até reescrever uma história, ou um simples fato, segundo a concepção do escritor. È, nesse sentido, que adentramos em um fato histórico, que abrange o mundo inteiro: o Cristianismo.
A relação do Cristianismo com a Literatura data desde muitos séculos, a partir do nascimento de Jesus. Tomemos como exemplo a época renascentista, e até mesmo antes desta, a temática cristã já aflorava nos mais variados gêneros textuais, como o teatral, que objetivava a educação cristã dos fiéis.
O Barroco é a principal fonte que une este laço literário-cristão. È importante também levar em conta o contexto histórico de cada período literário. A arte barroca floresceu no tempo em que se discutiam os propósitos da Reforma e Contra – Reforma, assuntos indiscutivelmente ligados à religião, que consequentemente se refletiram na Literatura da época. Gregório de Matos e o Padre Antônio Vieira exploraram em seus textos toda a aproximação possível com o Cristianismo, produções que, por sinal, são de grande valia e riqueza poética.
Mas toda essa aproximação da Literatura com o Cristianismo não se restringe somente em “agradar” leitores religiosos, mas provocar, em algumas circunstâncias, justamente o contrário. Foi o que ocorreu na Pós-Modernidade, quando o autor português José Saramago intitulou uma obra considerada paródia da Bíblia Sagrada de “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, que mais parece para alguns, “O Evangelho Segundo Saramago”, onde relata a trajetória de Jesus Cristo, em uma postura pagã, com um destino cruel, estipulado por um Deus vingativo e desejoso de sangue humano.
Entretanto, gera-se uma dúvida nos pensamentos dos leitores: a obra de José Saramago retrata uma aproximação ou um total distanciamento do Cristianismo? Para muitos estudiosos, como o Doutor em Filosofia da Educação, Gabriel Perissé, essas questões estão de fato interligadas, pois a proximidade está na temática (Jesus, Bíblia, Deus etc.) e a distancia no desenrolar do enredo. Quanto à polêmica da obra, Perissé diz que: “Os cristãos não devem rejeitar as grandes obras literárias, mesmo aquelas assumidamente atéias e aparentemente ofensivas ao Cristianismo. Elas também revelam a glória e o poder do Criador. Diante de uma obra de arte, seja um livro, um quadro ou um filme, o cristão deve adotar uma atitude de ‘contemplação’, a fim de perceber nela o que há de revelador do sagrado”.
Qualquer distanciamento do Cristianismo perante a Literatura vale-se, sobretudo de temas pagãos, como é notável em alguns movimentos literários, como o Realismo, no qual teorias filosóficas e científicas amenizaram o poder religioso que a ideologia cristã impunha na mente das pessoas.
Alguns ainda podem se perguntar se existe de fato uma certa distancia entre estes dois termos tão discutidos aqui. É importante lembrar que nem todos os períodos literários fizeram forte uso da temática cristã, mas causaram, de algum modo, um impacto nesta Doutrina, através de suas produções. Portanto, é válido dizer que a arte literária e o Cristianismo se distanciam em partes; quanto mais procuram esse distanciamento, mais se aproximam, mesmo de forma inconsciente, pois produzir algo que venha contra os ideais cristãos, com a tentativa de “obrigar a esquecer”, mesmo por um breve momento essa concepção religiosa, leva aos leitores a refletirem sobre a mesma, seja pelo seu lado bom e satisfatório, seja pelo seu lado mais crítico e afrontador. O Cristianismo tornou-se uma ideologia para as pessoas, mesmo para aquelas que se julgam atéias. Isto, de fato, se reflete em todos os movimentos artísticos, e a Literatura, por sua vez, não foge a este princípio.

É possível ser ético em um país marcado pela degradação moral?

Marcos Viniciu dos Santos.¹


Em um país marcado pela degradação moral, onde os bons costumes são deixados de lado e o que vale mesmo é a “esperteza”, ainda é possível ser ético, basta querer. A moral e os bons costumes têm que vir de berço, pois só com uma educação familiar, onde os pais orientem seus filhos para o que é certo, é que construiremos um país de pessoas éticas.

A falta de ética leva a degradação moral e da boa conduta, tão necessárias para se ter uma sociedade justa e igual para todos. Se cada um fizer sua parte à moral estará restabelecida, sejamos honestos uns com os outros e assim venceremos as sociedades corruptas tão presentes nos dias de hoje. Se todos lutarem juntos, os maus costumes não tomarão conta de nosso país e a falta de ética tão presente em nossos órgãos governantes será extinta pela sociedade honesta.

Para se coibir a falta de ética é preciso que se faça um trabalho de base , começando da própria família, para que no futuro tenhamos cidadãos éticos que viverão em uma sociedade justa e politicamente bem organizados.

Por fim, ser ético é ser defensor da boa conduta, da moral e dos bons costumes, que fazem de um país e das sociedades que vivem nele uma nação justa.



¹ Acadêmico do curso Bacharelado em Sistemas de Informação – UFPA- Campus de Santarém.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Santarém no combate ao trabalho infantil


Por: Marly Galúcio e Paula Galvão


"É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. (Constituição Federal – Artigo 227)
“É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz.”(Art. 60. - Estatuto da Criança e do Adolescente).
A exploração da mão de obra infantil é mais um dentre os graves problemas sociais do Brasil. Questões como a extrema pobreza e desestrutura familiar são as principais causas apontadas para o surgimento desta problemática na sociedade. Em Santarém, a realidade também não é outra. Basta olharmos para as ruas da cidade e identificarmos menores vendendo balas, bananas fritas, lavando, vigiando carros e carregando sacolas. É bastante doloroso ver cenas deste tipo, e muitas vezes pensamos que nada está sendo feito para o fim deste mal no Município. Entretanto, os índices, felizmente, não são tão alarmantes; isso se deve graças a alguns órgãos e instituições que têm atuado incansavelmente para combater este mal, na tentativa de erradicar a exploração da mão-de-obra infantil e fazer vigorar os Estatutos da Lei a favor da criança e do adolescente.
O Conselho Tutelar é um órgão no Brasil que visa cumprir as Leis do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Em Santarém, este órgão situa-se no centro da cidade e também desenvolve um trabalho assíduo na prevenção da exploração infantil no Município e demais regiões ribeirinhas.
Para Adson Wender, conselheiro, cerca de 60% da sociedade, ajuda o Conselho Tutelar a resolver grandes problemas através de denúncias. Em Santarém, são registrados muitos casos diariamente, e aqueles considerados mais graves, têm atenção prioritária, como o trabalho no lixão, carvoarias e festas noturnas, as quais afetam a saúde da criança. O conselheiro ressaltou, ainda, que a vistoria e fiscalização em lugares assim, são realizadas frequentemente, a exemplo do Festival Borari, em Alter-do-Chão: “No Festival Borari havia de tudo, mas criança com vasilhas de vendas, não tinha nenhuma, pois a gente tomou”. Entretanto, Adson confessa que este combate na Vila é muito difícil no cotidiano, pois ainda se observa crianças vendendo bombons caseiros e castanhas de caju. “Você não vai querer comprar uma castanha quebrada; vai querer sempre aquela inteira, e para que isto ocorra, é necessário não queimá-la muito, e dessa forma, ainda há a rezina, que é ácida, ao redor da castanha. A criança tem todo o trabalho de quebrá-la, e se observar as mãos dessas crianças, pode notar: elas não têm digitais, e além de tudo, ainda ficam expostos àquela fumaça negra, que é muito prejudicial à saúde.”
Sobre o trabalho doméstico infantil, o Artigo 236 do E.C.A. diz que “hospedar criança ou adolescente sem autorização do Conselho Tutelar ou Judiciário, é pena de prisão de 3 anos e multa”; sabendo disso, muitas famílias desistem da idéia de “empregar” meninas com idade inferior a 13 anos, como babás ou mesmo domésticas. Quanto aos pais, que exploram seus filhos na busca de aumentar o orçamento familiar, a pena pode chegar até à perda da guarda dos filhos, sendo estes encaminhados à adoção.
Questionado acerca das dificuldades do Conselho Tutelar, em Santarém, na erradicação do trabalho infantil, Adson afirmou que o transporte é um problema, pois o órgão dispõe de uma Kombi antiga, com circulação somente na cidade e não no interior. Outra questão, diz respeito ao número de conselhos na região. Santarém já é uma cidade de médio porte e com apenas um Conselho Tutelar, a fiscalização é dificultada, já que o órgão é composto de apenas cinco conselheiros. No entanto, o conselheiro avalia o trabalho do Conselho Tutelar em Santarém como positivo: “o Conselho Tutelar em Santarém talvez não consiga fazer um trabalho 100%, mas a gente já conseguiu resolver muitas situações. Se não fosse o Conselho Tutelar, havia muita criança nas carvoarias, no lixão e em festas. Existe trabalho infantil? Existe. Sempre vai existir. O nosso papel aqui é controlar, e pode melhorar com a criação de novos conselhos. Se não existisse o Conselho Tutelar, as coisas desandavam, e muito”.
O PETI é o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, mantido pelo MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, executado pelas prefeituras através das secretarias de assistência Social, aqui em Santarém funciona na SEMTRAS – Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social. O Programa, que atua nesta cidade desde 2001, tem como objetivo retirar crianças e adolescentes do trabalho perigoso, penoso, insalubre e degradante e colocá-los em uma ação sócio educativa que ocorra no horário oposto ao do Ensino Regular. As crianças e os adolescentes freqüentam uma turma (ação) para incentivar a ampliação de seus conhecimentos por meio de atividades culturais, esportivas, artísticas e de lazer, sendo que nessas ações as crianças têm que obter 85% de freqüência, onde 25% do horário é destinado ao reforço escolar e os 75% às atividades educativas.
O publico alvo do PETI são as famílias com filhos na faixa etária de 07 a 16 anos em situação de risco de trabalho, são consideradas situações de risco aqueles casos em que a família vive com um salário de até R$120,00 por mês e geralmente os pais saem para trabalhar e levam a criança e esta acaba trabalhando, ou então a criança fica em casa sozinha e ainda pode ficar pelas ruas à mercê da própria sorte, por isso essas famílias que ingressam no PETI recebem um beneficio (bolsa) do governo que, atualmente, varia de R$15 até 95 reais por família.
Em conversa com Cleuciane Portela Costa, Coordenadora do PETI em Santarém, pode-se perceber que o programa tem sido de fundamental importância para diminuir os índices de trabalho infantil, ela diz, por exemplo, que inicialmente o PETI atendia prioritariamente as crianças que se encontravam nos lixões; com a atuação do Programa e com a intensa fiscalização, tiveram-se resultados positivos nessa área, mas adverte, porém, ainda haver muitas áreas preocupantes como mercados e feiras livres, praças (onde as crianças trabalham como vendedores, flanelinhas etc.) e o mais difícil, aquelas crianças que trabalham “às escondidas” (babás, domésticas etc.), Por esses motivos, o ingresso ao PETI é feito depois de sondagens e fiscalizações àquelas famílias que, na maioria das vezes, são denunciadas.
Atualmente, o PETI funciona em 19 Bairros, 36 ações (turmas que funcionam pela manhã e à tarde), com um total de 974 alunos, 36 monitores, 02 pedagogos e 02 auxiliares administrativos.
A Coordenação do PETI em Santarém realiza suas ações de acordo com que determina a Lei (art.60, Estatuto da Criança e do Adolescente) que proíbe o trabalho de crianças e adolescentes menores de 16 anos, mas, incentiva o menor aprendiz a partir dos 14 anos, por isso, o Programa trabalha em parceria com o projeto da Infraero: Asas da Educação oferecendo aos jovens cursos de inglês e informática. O PETI trabalha com outros parceiros: Projeto Escola da Vida do Corpo de Bombeiros, Projeto Garoto nota 10 da Polícia Militar (saiba mais sobre este projeto na pág.08), associações de bairros, igrejas e escolas Municipais, Estaduais e Particulares. Cleuciane Portela avalia como positiva a atuação do Projeto e diz, ainda, que os resultados seriam melhores se todos: a sociedade, o governo e as famílias fizessem a sua parte.
Dentre outras instituições que trabalham no intuito de erradicar o trabalho Infantil a Pastoral do Menor (PAMEN) aparece como uma das pioneiras e com resultados positivos e satisfatórios. Existente desde o ano de 1982, a PAMEN é uma entidade civil sem fins lucrativos, beneficente, que iniciou através da sensibilidade e compaixão que seus precursores – o bispo da Diocese de Santarém, Dom Tiago Ryan e o Irmão da Congregação da Santa Cruz, Ronaldo David Hein – tiveram para ajudar 12 meninos engraxates que trabalhavam na frente da cidade. A partir daí, o movimento cresceu e atualmente trabalha desenvolvendo ações sócio-educativas de caráter preventivo, a fim de minimizar situações problemáticas de crianças e adolescentes. Situada à Rua Afonso Pena, 48, bairro Aeroporto Velho, atualmente a PAMEN recebe 1.130 crianças e adolescentes que, distribuídos em várias turmas, fazem diversas atividades dentre algumas podemos citar: reforço escolar, atividades de lazer, danças e coreografias, esporte e recreação; as crianças, a partir dos 14 anos se enquadram na categoria do menor aprendiz, por isso fazem alguns cursos como: marcenaria, corte e costura, crochê e bordado, culinária, informática, violão e teclado, desenho, pinturas em faixas e fachadas, serigrafia etc.
A Pastoral do Menor conta com um grande número de parceiros que contribuem para a sua manutenção. Salvelina Bento Laranjeira que faz parte da Coordenação Educacional da Entidade, diz que a atuação da PAMEN, em Santarém, tem sido de fundamental importância, “com nossas ações, nós tiramos as crianças e os adolescentes da situação de risco e proporcionamos a eles um futuro bom, é gratificante ver varias crianças que passaram por aqui se transformarem em cidadãos de bem”, e diz, ainda, que o trabalho seria mais eficiente se a sociedade se despisse de qualquer tipo de preconceito para com essas crianças e adolescentes. Roniely Pereira Guimarães que tem 12 anos e mora do bairro do Juitaí diz: “eu vendia banana frita, croquete na rua; aí a mamãe me colocou aqui, e durante esses anos que estou aqui o que mais gosto é do reforço escolar que tem me ajudado a tirar boas notas no colégio” - Complementa o garoto que está na 6° série e sonha fazer o curso de Direito. Maria Selma Amaral foi aluna da PAMEN e atualmente trabalha como professora de crochê na instituição, “é muito gratificante poder repassar o que aprendi aqui para outras meninas” diz a jovem de 19 anos, que conseguiu o primeiro emprego através da Pastoral.
A tentativa de erradicar o trabalho infantil, em Santarém, vem dando muitos resultados favoráveis, na medida em que pouco se vê crianças e adolescentes sendo explorados, não mais impedidos de viver uma infância digna e um futuro promissor. No entanto, não podemos esperar somente pelos órgãos e instituições já citados, cada um de nós deve assumir a responsabilidade de cuidar das crianças e dos adolescentes de hoje, para que estes, no amanhã, se tornem adultos exemplares à sociedade.
Trabalho Infantil é crime e a sociedade deve ser consciente disso!


3523- 2917 – Conselho Tutelar

Um pouco da História de Santarém


Por Socorro Lira
No dia 22 de junho, Santarém completou 346 anos de existência. É durante esse período de comemoração de aniversário que os veículos de comunicação passam informações a respeito da fundação da cidade , já que o momento é propício para sabermos um pouco sobre a história de sua fundação.
Quando ouvimos sobre a história da cidade de Santarém, temos a nítida certeza que pouco conhecemos sobre nossa cidade ,embora tenhamos à nossa disposição obras, pessoas e outras fontes de informações que podem nos esclarecer a respeito da origem desta cidade.
Dispomos,em Santarém, de muitas praças e monumentos que estão distribuídos pela cidade.Observamos praticamente todos os dias mas , às vezes, não temos conhecimentos de sua significação histórica e cultural, que em alguns momentos se misturam a outras culturas.
Tomaremos como exemplo uma obra de arte chamada Vaso Cariátides, que está localizada na praça de São Sebastião do escultor Laurimar Leal. Segundo relato do próprio escultor a obra tem esta denominação devido às alças superiores que o vaso possui que lembram uma construção em forma de colunas existente na Grécia.
Dentre as inúmeras praças de Santarém, temos uma , talvez uma das mais observadas da cidade, já que fica em frente a um ponto de ônibus. É a praça 31 de Março, que poucos conhecem com esta denominação porque esta praça ficou popularmente conhecida como praça dos “Três Patetas”. Vale lembrar, que ela já possui outro nome, Elias Ribeiro Pinto homenagem feita a um ex- prefeito de Santarém .
O Solar do Barão de Santarém, Miguel Antônio Pinto Guimarães, que foi construído por um francês. O registro histórico e cultural foi se perdendo e atualmente funciona uma loja no local, poucos sabem que ali foi residência de Barão.
Santarém também já possuiu um castelo que foi construído pelos Portugueses , depois o espaço cedeu lugar para o “Hotel Mocorongo” que estaria próximo de completar cem anos de existência . Hoje, o local onde existiu o Castelo é a Receita Federal , muito freqüentada diariamente, mas, infelizmente, muitos não sabem que ali está uma parte da história de Santarém.
É evidente que ainda temos muitos outros monumentos ou praças que são “documentos vivos” da rica história da fundação de Santarém e que são de extrema importância para o conhecimento da cultura local. Cabe-nos, portanto, fazer algumas perguntas: porque conhecemos pouco a respeito da história de nossa cidade ? Falta interesse de nossa parte? Ou é porque falta divulgação por parte do poder público, das entidades e das escolas no sentido de promover eventos que coloquem mais em evidência a cultura , o artesanato e a história de Santarém ?
Segundo o diretor do Museu João Fona, Laurimar Leal, falta mais divulgação, mas falta também interesse por parte dos santarenos. Ele afirma que o Museu dispõe de muitas informações sobre a história de Santarém através de suas peças e de relatos escritos, mas o local ainda é pouco visitado. Segundo o diretor, o museu é mais visitado pelos turistas e hoje, só é mais freqüentado pelos santarenos , inclusive pelos estudantes, porque a direção do Museu manda convite para as escolas convidando - os para fazer visitas. Vale lembrar, que o Museu João Fona fica aberto diariamente, inclusive aos sábados e domingos. Ainda sim, não desperta tanta curiosidade nos santarenos.

Conheça um pouco sobre o folclore


Por: Darlen Pimentel e Sâmela Ramos

Folclore é a expressão de uma cultura. É a soma da cultura material, dos costumes e tradições de um povo, geralmente expressos pela oralidade. É de origem popular e transmitida de geração em geração.
O termo é formado pela junção de dois vocábulos saxônicos antigos: “folk” (que em inglês significa povo) e “lore” (que significa conhecimento), resultando então, para nós, em “conhecimento do povo”. Passou a ser utilizado para se referir às tradições, costumes e superstições das classes populares. É bom lembrar que para as gerações modernas, voltadas para o conhecimento científico, as tradições populares são vistas como “fruto” da ignorância popular. No entanto, para aqueles que se interessam em conhecer cultura, essas manifestações são valiosos instrumentos de estudo, pois revelam um estágio e desenvolvimento da história de um determinado grupo social.
O fato folclórico se apresenta com algumas características tais como tradicionalidade, oralidade, anonimato, funcionalidade (tem uma razão para acontecer), aceitação coletiva e espontaneidade. Fazem parte dos campos do folclore as mais variadas formas de expressão humana, tal como a música, danças e festivais, linguagem, usos e costumes, lendas, mitos, contos, crenças e superstições, arte e artesanato; por essas manifestações é atribuída a identidade de uma região.
Em 22 de agosto, o Brasil comemora o Dia do Folclore. A data foi criada em 1965, através de um decreto Federal. Oportunizando-se, a cada região, a liberdade de manifestar suas riquezas culturais.
Algumas manifestações folclóricas de Santarém são marcadas por tradições que se apresentam em festivais, a exemplo, do Sairé, uma grande manifestação cultural reconhecida até mundialmente, que ocorre todos os anos na Vila de Alter-do-Chão, atraindo muitos visitantes; o Festival do Borarí; as Festas Juninas e o Festival Folclórico, organizado pelo Colégio Dom Amando.
O artesanato santareno, também representa um destaque cultural de nossa cidade, por ele são repassadas muitas figuras lendárias e mitológicas da região, como o “Boto”, o “Muiraquitã”, o “Uirapuru” etc. Um dos meios mais propagados da cultura santarena é a música, tendo como principal referência o Maestro Wilson Fonseca, que cantou e exaltou as belezas naturais e culturais da região, ganhando repercussão nacional.
Conhecer, respeitar e valorizar o folclore é responsabilidade e dever de cada indivíduo, pois todos, querendo ou não, estão inseridos em uma cultura e de alguma forma são identificados por ela.

Oferta de cursos à distância já é uma relidade no campus da UFPA - Santarém


Por Cláudio Fernando Bentes dos Santos*

A Educação a Distância é uma modalidade de ensino que oportuniza, hoje, a milhares de estudantes, em todo o Brasil, o ingresso no Curso Superior, quer seja em nível de graduação, quer de pós-graduação. Essa modalidade de ensino é uma alternativa que possibilita atender pessoas impedidas de freqüentar cursos presenciais devido às limitações econômicas geográficas e sociais.
Os cursos de educação à distância são ofertados pela UFPA sob a coordenação da Secretaria Especial de Educação a Distância (SEAD), a cargo da Professora Mestre Selma Dias Leite.
Atualmente, a SEAD coordena as ações desenvolvidas pelos centros acadêmicos em nível de graduação, pós-graduação, extensão e cursos livres de língua estrangeira e de português. A UFPA tem em andamento os seguintes cursos à distância: Curso de Licenciatura de Matemática, Curso de Bacharelado em Administração, Curso de Licenciatura em Biologia. Em Santarém, funcionam os cursos de Matemática e Administração.
O curso de bacharelado em Administração na modalidade à distância foi implantado em 2006. È um projeto piloto da Universidade Aberta do Brasil (UAB) em parceria com a SEED/MEC, Banco do Brasil e Instituições Federais e Estaduais de Ensino Superior. Foram oferecidas 10.000 vagas em todo o Brasil. O curso de Administração possui a seguinte estrutura administrativa: uma coordenação executiva e cinco pólos de apoio presencial em Altamira, Belém, Capanema, Marabá e Santarém, sendo que a coordenação executiva está sediada em Belém sob a responsabilidade do Administrador e Professor Mestre Antonio Erasmo Feitosa Maia. Em Santarém, o pólo está sob a coordenação do Administrador Especialista Cláudio Fernando Bentes dos Santos.
O pólo de Santarém possui três turmas que são formadas por alunos oriundos de órgãos federais, estaduais e municipais, entre eles, o Banco do Brasil, Receita Federal, Incra, Emater, Funasa, Governo do Estado do Pará, Banpará, Caixa Econômica, 8º BEC e Prefeituras Municipais do Oeste do Pará. Cada turma é assistida por um tutor a quem cabe a tarefa de orientar e apoiar os alunos no desenvolvimento das atividades programadas. Para tanto, são realizados encontros presenciais aos sábados, além de chats, fóruns de discussão, palestras e momentos de avaliação do desempenho acadêmico.
Os encontros presenciais são a oportunidade para contato direto do aluno com o tutor, além de permitir a realização de outras atividades acadêmicas sobre o conteúdo das disciplinas e o convívio social entre os cursistas.
O processo de avaliação do curso de Administração se efetiva de forma contínua com atividades semanais, complementadas ao final de cada disciplina com a realização de provas e seminários. Na conclusão de cada módulo, são realizados seminários temáticos com vistas a promover a integração dos conteúdos das disciplinas de cada módulo, referidas em várias temáticas que convergem para os objetivos centrais do curso. A carga horária total do curso é de três mil horas/aula, equivalentes a quatro anos e meio para a sua conclusão.

* Administrador Especialista e Coordenador do núcleo Curso de Administração a Distância em Santarém.

Polícia Militar educa para a Vida



Projeto social incentiva meninos à educação e ao esporte em Santarém.
Por Paula Galvão


Sob coordenação do Sargento Leôncio Rego, o projeto “Garoto Nota 10” atende meninos com idade entre 6 a 17 anos no quartel do 3º BPM. Com nove anos de existência, o projeto visa conciliar lazer e estudo para as crianças assistidas, em parceria com a família, considerada o fator de auxílio mais importante para a criança.
Segundo o Sargento Leôncio, cerca de 10 crianças que estão hoje no projeto, vieram recomendadas pelo Conselho Tutelar; outras, como forma de premiação pelo bom desempenho escolar, foram indicadas pelo programa PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil). Anualmente, o projeto prioriza 10 vagas para meninos provindos do Conselho Tutelar e 20 para o PETI.
O Projeto atende somente meninos, pois, segundo o coordenador, estes apresentam mais dificuldades no convívio familiar, mas defende que “a criança nunca tem problema. O problema é a família da criança; que não dá atenção, não acompanha e a criança tem por obrigação aparecer de alguma forma, revelar que ela existe, e daí muitas vezes isso se reflete na escola.”
No “Garoto Nota 10”, como o nome sugere, o aluno deve ter uma boa conduta na escola, com notas boas; mas antes de exigir essa condição, o aluno deve gostar do Projeto, que realiza atividades esportivas, com um enfoque maior no futebol. O Sargento relatou ainda que muitos meninos provindos do Conselho Tutelar chegaram no quartel e mudaram o mau comportamento, e esse resultado positivo deve-se à atenção dada aos garotos: “eles sentem um carinho pela gente porque a gente dá atenção a eles.” - completou Leôncio.
O projeto da Polícia Militar tem surtido um efeito muito eficaz na sociedade e principalmente na família dos meninos. “A recompensa vem quando a gente encontra um pai que agradece pelo desenvolvimento e mudança do filho, e isso incentiva cada vez mais o nosso trabalho”.
Semestralmente, o coordenador realiza palestras para os alunos sobre as conseqüências das drogas, e, para os pais destes, palestras acerca de educação e o bom convívio em família.
Frente a tudo isso, o Sargento Leôncio avalia a existência do Projeto como bastante positiva, porque além de prevenir os garotos de uma vida com violência e outros males, o Projeto abre as portas para um futuro promissor, uma vez que muitos alunos, ao se tornarem atletas, jogam atualmente em clubes como o São Raimundo (Manaus- AM) e Remo (Belém-PA); outros já receberam propostas do Payssandu e até do Corinthians, de São Paulo.
O “Garoto Nota 10” é a prova de que projetos sociais podem dar certo, se a sociedade e a família contribuírem para este feito.

O papel dos contos de fadas na educação infantil

Por Fabiane Rabelo.

"ERA UMA VEZ uma criança que adorava ouvir histórias... ela nada mais esperava que viver cada momento, mas a cada passo dado neste seu mundo de sonhos e fantasia, pouco a pouco, sem o perceber,ia encontrando um sentido para a vida..."
Bruno Bettelheim, psicólogo norte-americano que realizou um estudo de base psicanalítica sobre os contos de fadas, procurou revelar em seu livro, “A Psicanálise dos Contos de Fadas”, o conteúdo psicológico dos contos e sua importância para o desenvolvimento das crianças.
Os chamados contos de fadas, como os clássicos “Chapeuzinho Vermelho”, “Branca de Neve”, “Sete Anões”, “Cinderela” e “Bela Adormecida” fascinam várias gerações em diferentes países e culturas. Essas histórias carregam uma força profunda, que não se deve apenas à mera função de distrair ou embalar o sono das crianças. O grande poder dos contos está na magia que apresentam e nas fantasias que despertam.
Bettelheim explica que os contos de fadas ajudam a criança a realizar quatro tarefas básicas: fantasia, recuperação, escape e consolo.
Os contos de Fadas são importantes manifestações das fantasias coletivas para uma criança, na medida em que, se identifica com a história ou com os personagens ela é capaz de criar um símbolo e colocar-se no lugar do outro. Ato fundamental para abandonar o egocentrismo típico das crianças e partir para uma vida adulta e coletiva.
Os contos utilizam como base de suas histórias os maiores conflitos da humanidade. Assim ao ler/ouvir um conto a criança está lendo não só os seus conflitos, mas os de todos os seres humanos que vivem e já viveram nesse planeta. Com as histórias dos outros ela pode se tornar capaz de resolver seus próprios problemas e, ainda, vai sentir-se forte para enfrentá-los.
Mas as razões do sucesso desses contos residem justamente no fato de falarem a linguagem emocional em que se encontra a criança.
Bruno Bettelheim ainda diz que os contos servem como “alivio de todas as pressões e não só oferece formas de resolver os problemas, mas promete uma solução ‘feliz’ para eles” o que é fundamental para dar sentido a vida de uma criança: a possibilidade de crescer e ser feliz. Também possibilita a criança de viver papéis de todas as matizes: ora é herói ora é bandido; ora é um príncipe ora é um monstro... assim vai experimentando e optando por aquele que mais se identifica e vivendo emoções na pele de todos os personagens.
Através dessas histórias a criança vai aprendendo a entender seus próprios conflitos internos e, com isso, começa a aprender e a crescer.

"E quanto àquela criança que adorava ouvir histórias? O mais importante que resta disso tudo é que nunca esqueçamos a lição... crianças, jovens ou adultos, no mundo das fadas todos seguimos encantados e... FELIZES PARA SEMPRE !"



Emir Bemerguy: A biografia de um artista

Por Sâmela Ramos

Poeta
“Poeta é o sujeito esquisito
Que planta a castanha do caju
A semente da goiaba
O caroço da manga
E já é capaz de ouvir
Os passarinhos que,
Quatro ou cinco anos mais tarde
Se agasalharão, cantando
Nos ramos da fruteira.”

O poeta que não é santareno de nascimento, mas exalta e enriquece a nossa literatura, nasceu em Fordlândia, em março de 1933. Estudou em Belterra, Santarém e Belém. Formou-se em Odontologia. Colaborou em vários jornais da cidade e capital.
É autor de centenas de letras musicadas pelo maestro Wilson Fonseca, com o qual tinha grande amizade. Emir Bemerguy representa, brilhantemente, um típico cidadão santareno. Em sua produção literária, incluem-se belos poemas, crônicas, contos, romances, que poderiam estar presentes em muitas obras. “Aquarela Mocoronga”, lançado em 1984, é um de seus livros, nele as belezas amazônicas, e, em especial, as de Santarém, são exaltadas pelo poeta.
Várias escolas de nossa cidade, e cidades da região, cito Itaituba, têm hinos com letra de sua autoria.
A sensibilidade do poeta abre-nos os olhos para a grandiosidade da literatura de expressão amazônica, da identidade desse povo, especialmente o santareno.
Recentemente, o ICBS (Instituto Cultural Bonerges Sena) lançou seu livro Momentos Poéticos, que reúne mais de 100 poemas do artista, encontram-se também músicas consagradas e hinos.


E Deus Criou os Anões
“Existem corações.
De vários tamanhos.
Alguns são tão pequenos,
Que as menores dores
Parecem insuportáveis,
Pois ficam apertadas
Dentro deles.
Foi assim que apareceram
Os anões espirituais
Incapazes de carregar
Cruzes maiores.”

Não encontramos apenas regionalismo na produção poética de Emir Bemerguy. Seus poemas alcançam, também, universalidade, e seus temas, a sentimentalidade e um caráter reflexivo. Assim é o nosso poeta, simples, porém, muito grandioso, sorte dos que o lêem.

A Cerâmica Tapajônica: ícone da cultura santarena




A arte é uma das representações da cultura de um povo. Em Santarém a arte se apresenta de variadas formas: na dança, na pintura e também na cerâmica. A Cerâmica Tapajônica ou santarena se desenvolveu entre os índios que habitavam as margens do Rio Tapajós. Segundo a arqueóloga Anna Roosevelt, os Tapajós seriam descendentes do povo de hábeis artesãos, este supostamente descendente dos Maias ou de Incas, que se desenvolveu na região de Santarém a partir do ano 1200 a.C.

A beleza da Cerâmica Tapajônica, ou como também é conhecida Cerâmica de Santarém, lembra o estilo barroco e a antiga arte chinesa, devido os detalhes de suas peças zoomorfas de feições ornamentais muito análogas. A maioria das peças da Cerâmica de Santarém foi encontrada em zonas de terra preta ou nas áreas conhecidas como bolsões. Por séculos, essa cultura ficou desconhecida da civilização moderna e, a partir do século XIX causou interesse ao ser divulgada por historiadores. As peças foram vendidas a colecionadores do Brasil e do exterior, o que fez com que essas peças, hoje, só possam ser encontradas em museus e em coleções particulares, em Santarém. Essa arte pode ser vista no Centro Cultural João Fona.

A cerâmica tapajônica é de fato o artesanato mais antigo do povo da região do Tapajós, alguns testes realizados nos EUA pela pesquisadora Anna Roosevelt, comprovam que foram produzidas há mais de seis mil anos, desde esse tempo os habitantes desta região já faziam peças como vaso de gargalo, vaso de cariátides e outros utensílios de suas necessidades.
Podem-se classificar as peças artesanais de Santarém em dois tipos: o vaso de gargalo onde predominam elementos zoomorfos e também representações de rostos humanos nos bojos esféricos dos vasos. Os vasos de Cariátides é assim chamado por estar o prato suportado por três fíguras femininas. Além da decoração incisa e ponteada, há abundante e rebuscada decoração plástica, com motivos antropomorfos e zoomorfos. Além desses dois tipos de peça da Cerâmica Santarena, destacam-se também as estatuetas; essas apresentam grandes variedades de formas antropomorfas ou zoomorfas. Podem ser: ocas, maciças, ou com partes ocas e partes maciças. Os Muiraquitãs, que são Fabricados de barro, pedra e até concha, apresentam-se sob cores variadas (amarelo, preto, cinza, vermelho) e não apenas verde como geralmente é mais conhecido.
Embora haja beleza e qualidade do trabalho de antigos habitantes de nossa região e dos novos artistas de nossa época, a cerâmica tapajônica ainda é pouco valorizada. Talvez a causa dessa desvalorização seja a falta de divulgação na história, ou o próprio desinteresse da população de Santarém, ou até mesmo da existência de poucos lugares para que essas peças possam ser prestigiadas.
Devemos considerar a arte tapajônica como um ícone da cultura santarena, pois traz em si fidelidade aos traços de nossa cultura. Hoje, podemos encontrar um exemplo de projeto que visa a preservação da nossa identidade cultural, é o “Projeto de resgate da Iconografia Santarena” da Faculdade Integradas do Tapajós, em parceria com o Banco da Amazônia, que tem como objetivo procurar revitalizar as técnicas de produção da arte cerâmica, recuperando os mais importantes traços do grafismos e das incisões iconográficas produzidos pela tribo Tapajó a fim de transformá-las em referências oficiais da cultura santarena.
A Cerâmica Tapajônica não pode ser deixada de lado, tem que ser preservada e prestigiada, pois só com a valorização da nossa cultura podemos conhecer nossas origens. Devemos considerar que a cerâmica de Santarém é uma das mais belas da pré-história brasileira e talvez, a mais antiga da Amazônia.

Fontes: Amazon View. Belém/Manaus. Edição 76. Ano X. EDIGRAM. Março/ Abril 2006; Faculdades Integradas do Tapajós – FIT. Iconografia santarena: figuras zoomórficas e antropomórficas dos artefatos tapajônicos. Santarém. Brasil. 2ª ed. 2006; http://www.amazonia.com.br; www.santarem.pa.gov.br; www.mae.usp.br/ adaptado por: Suelen Regina Aguiar Rocha.

O Exercício Físico e a Osteoporose


Por Luiz Vieira[1]



A saúde do ser humano mais do que nunca em tempos modernos é um reflexo do estilo de vida que se adota. Isto, por sua vez, influi diretamente, positiva ou negativamente, na qualidade de vida.
À medida que novos fatos surgiram, enquanto outros foram evidenciados, conceitos tiveram de ser modificados. Um deles é o de saúde. Eis o fato da Organização Mundial da Saúde (OMS) não considerá-la mais como apenas a ausência de doença, mas também o estado de completo bem-estar físico, mental e social. Isto pressupõe que uma pessoa sentido-se saudável, na verdade pode não estar.
Para efeito elucidativo da afirmação supradita toma-se como um exemplo de doença “silenciosa” que acomete aos poucos o ser humano, principalmente as mulheres, a Osteoporose. Esta pode ser definida, conforme Simão (2004), como a perda da densidade óssea normal, com aumento da fragilidade e da propensão às fraturas de punho, úmero e da porção proximal do fêmur (colo), sem contar na compressão de vértebras (provocando cifose progressiva), uma dolorosa conseqüência em função da desmineralização, isto é, da perda de tecido ósseo.
Vários são os fatores de risco que contribuem ao aparecimento desta doença degenerativa, conhecida popularmente de “reumatismo no sangue”. São eles os fatores intrínsecos ao indivíduo, como pele clara, corpo delgado, histórico familiar de osteoporose prematura, descendência européia ou asiática, idade avançada, amenorréia, menopausa precoce e nuliparidade (condição daquela que nunca pariu). Dentre os fatores extrínsecos estão o estilo de vida sedentário, consumo excessivo de cigarros, álcool, café e uso de corticóides. (SIMÃO, 2004)
A manifestação dessa doença pode dar-se de dois tipos:
Tipo I (pós-menopausa): manifesta-se com fraturas principalmente de rádio e vértebras e
Tipo II (senil): surge com fraturas do colo do fêmur, em indivíduos (principalmente em mulheres) acima dos 60 (sessenta) anos.
Para se prevenir da Osteoporose, é preconizada a realização de níveis adequados de atividade física durante a juventude, em função do alcance de uma boa massa óssea.
Preocupe-se com a Osteoporose, você que se enquadra no perfil de futuro osteoporótico (a), pois, de acordo com a OMS, cerca de 40% das mulheres terão pelo menos uma fratura vertebral até os 80 anos; 15% terão uma fratura de quadril ao longo de suas vidas e 15% terão fratura de punho aos 50 anos ou mais.
A inatividade física (hipocinesia) é um dos fatores que contribuem para a perda progressiva de massa óssea, sem contar os orgânicos. Portanto, estimular a osteogênese, ou seja, o aumento da densidade mineral óssea, é o melhor meio de se tentar reverter esse quadro, uma vez que o exercício físico não tem somente um efeito sistêmico, mas também um efeito local sobre o osso. Os exercícios com pesos (musculação), por estressarem o tecido ósseo a ponto de modificar positivamente sua arquitetura interna, são os mais aconselháveis, desde que bem orientados por profissionais capacitados como médicos e professores de educação física. Mude desde já seus hábitos através desses saberes, afinal a situação da sua saúde depende inteiramente de você.



REFERÊNCIA:

SIMÃO, Roberto. Fisiologia e prescrição de exercícios para grupos especiais. São Paulo: Phorte, 2004.


[1] Acadêmico do 5º período do curso de Licenciatura Plena em Educação Física da UEPA, Campus de Santarém.

Extinção acelerada de anfíbios



[1]Por Ronniclebson


Os biólogos estudam, cada vez mais, as combinações hierárquicas dos ciclos de perturbação ambiental e respostas bióticas em relação à macro e mega-escalas de agressão ao ambiente, seja terrestre ou aquático. Os anfíbios têm a pele altamente permeável, sendo assim, supõe-se que possam ser mais susceptíveis às toxinas do meio ambiente ou às mudanças nos padrões de temperatura e umidade do que outras espécies de vertebrados terrestres. Os declínios e extinções maciças dessas populações são um problema global com causas locais complexas. Entre essas causas podemos encontrar algumas hipóteses, como o aumento nos índices de radiação ultravioleta (conseqüência da diminuição da camada de ozônio atmosférico), novos predadores nos ecossistemas “in loco” (espécies que foram introduzidas pelo ser humano), toxidade e acidez ambiental (provocados pela monocultura, agrotóxicos, pesticidas...), fragmentação e destruição de habitat, enfermidades emergentes (como um fungo que já matou dezenas de anfíbios na mata atlântica) e interações entre estes fatores.
Para investigar mais a fundo esse fenômeno, foi criada uma força tarefa composta por pesquisadores nacionais e internacionais. Os primeiros resultados das investigações confirmam o desaparecimento de espécies na Costa Rica, em área florestal sem aparentes atividades humanas, 20 espécies não mais foram encontradas desde os anos 80, apesar de esforços atribuídos para tal fim. Em alguns casos, foi possível atribuir a causa do desaparecimento ao uso de pesticidas, inclusive aqueles que interferem com os hormônios dos insetos, e, por conseqüência, afetam os anfíbios.
Um dos fatores ao qual se pensou atribuir o decréscimo se deu com o aumento das radiações ultravioleta da faixa B (particularmente danosa para os organismos vivos), aparentemente não tem influência sensível apesar de pesquisadores como Collins(2003) e Saylor(1997), elucidarem em seus livros que os anfíbios são extremamente susceptíveis a radiação UV-B, dado que seus ovos carecem de casca, e sua pele, tanto a dos espécimes adultos como a dos juvenis, é delgada e delicada.
A “força tarefa” a cargo das pesquisas, por seu relativo insucesso em determinar as razões do fenômeno, sugeriu um ataque multidisciplinar ao problema, visando identificar os verdadeiros fatores que estão provocando as reduções populacionais e a provável extinção de espécies em ambientes naturais.

Em 16 de fevereiro de 2007, cientistas de todo mundo reuniram-se em Atlanta, para dar início à formação de um grupo chamado Amphibian Ark, com o objetivo de salvar 6.000 espécies da extinção.
Com o declínio populacional dos anfíbios, a população humana passa a ser diretamente afetada, por atuarem no controle populacional principalmente de invertebrados como baratas, grilos, mosquitos, aranhas, etc. Na ausência desses animais, o aumento de doenças tropicais, em áreas rurais e urbanas é bem notório.

[1] Aluno do 6º semestre de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas (FIT)

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Olho de Boto realiza seminário sobre os Gêneros do Jornal



Por Aulenice Ferreira

No dia 13 de junho a Coordenação e o Corpo Editorial do Jornal Olho de Boto da UFPA realizaram, no Auditório Wilson Fonseca, o Seminário Gêneros do Jornal: Funcionamento, Veiculação e Pesquisa. Estiveram participando acadêmicos, professores da Universidade Federal do Pará e alunos de outras instituições de ensino superior da área de jornalismo. Na avaliação do Coordenador do Jornal, Heliud Luís Maia, o evento foi muito produtivo.
O Seminário ocorreu pela parte da manhã e tarde. Foram discutidos os mais diversos temas e assuntos acerca do jornal impresso e da mídia. Dentre os palestrantes estiveram presentes João Georgios Ninos, Manuel Dutra, Ormano Souza, jornalistas e o Professor Odenildo Sousa. Acadêmicos e professores fizeram questionamentos acerca dos temas discutidos, foram enfatizados assuntos sobre reportagem, notícias, a função social e o papel do jornalista na sociedade.
Pela manhã, O Professor Doutor em Jornalismo Manuel Dutra discutiu sobre a estrutura composicional do jornal e o trabalho do jornalista na sociedade, em seguida, o palestrante Georgios Ninos destacou alguns problemas da área jornalística de alguns jornais que veiculam notícias pela cidade e os cuidados que se deve ter ao divulgar informações. Pela parte da tarde, o professor Especialista Ormano Souza iniciou o evento palestrando sobre a reportagem, o evento encerrou com a participação do Professor Mestre Odenildo Souza que comentou acerca dos contrapontos e interseções entre a Literatura e Jornalismo.
O Coordenador do Jornal Olho de Boto acredita que eventos desse tipo devem ser realizados com finalidade de se levantar uma discussão acadêmica e é de grande importância que as universidades estejam realizando seminários como forma de oportunizar aos estudantes e professores da UFPA e outras instituições de ensino de superior conhecimentos e informações relevantes para a formação acadêmica.


quinta-feira, 5 de julho de 2007

A importância do Desenvolvimento Sustentável


Por Paula Galvão

Desde que se deu conta de sua existência, o homem sempre tentou modificar seu ambiente na busca incessante de melhorar sua qualidade de vida. Para isso, utilizou meios que, a princípio, não prejudicariam seu ambiente natural. Mal imaginara o homem do passado, que suas “práticas modificadoras” tornar-se-iam heranças para o homem do futuro, heranças estas não muito positivas, quando nos referimos ao meio ambiente.
Com o desenvolvimento tecnológico da atualidade, o homem tornou-se o centro do mundo, principalmente quando passou a ganhar dinheiro com isto. Hoje, empresas, de diversas localidades, enriquecem as custas da degradação ambiental, como as graneleiras.
Foi pensando na preservação ambiental, em meio a tantos desastres ecológicos, que surgiram órgãos em prol do meio ambiente. Na busca pela salvação do planeta, cientistas se uniram e alertaram a todos sobre os perigos que a humanidade poderia correr, caso a situação permanecesse aquela, com derrubadas, queimadas, poluição, dentre outros malefícios.
A importância da formação de grupos em prol do meio ambiente, muito contribuiu para a humanidade. Foi através deles que hoje temos uma Legislação Ambiental e outros documentos importantíssimos, como o Rio 92, que demonstrou para as pessoas a necessidade de preservar o nosso ambiente, conservando assim a vida de modo geral.
Frente a esta situação, surgiram políticas em prol do meio ambiente, visando a preservação deste e, sobretudo o bem estar humano. O desenvolvimento sustentável é uma dentre as medidas que aderem a esta idéia. Definido por Robert Allen como o “desenvolvimento sustentável requerido para obter a satisfação duradoura das necessidades humanas e o crescimento da qualidade de vida”, essa medida tem dado certo porque apresenta positividade tanto para as empresas, quanto para o meio ambiente, uma vez que garantem um crescimento econômico para as mesmas, sem prejudicar a natureza, e assim, garantindo, assim, um ecossistema favorável futuramente.
Muitos pontos positivos foram alcançados com a prática do desenvolvimento sustentável. Hoje, poluir é crime, e além de pagarem uma multa altíssima, as empresas criminosas ainda ficam com sua imagem denegrida perante a sociedade.
Os empresários aprovaram a idéia, mesmo porque têm muito a ganhar com isso, já que o desenvolvimento sustentável prevê um crescimento econômico, mesmo fazendo uso de recursos naturais; a diferença é que, nisto tudo, há um equilíbrio ecológico, preservando deste modo, o meio ambiente.
O poder econômico explodiu também com os novos conceitos de preservação, tais como a racionalização de energia e a reciclagem, uma vez que o consumo aumenta à medida que se pode reaproveitar o que parecia ser lixo, gerando renda direta ou indiretamente para muitas pessoas.
As empresas, para atingir a sua sustentabilidade econômica e ambiental, precisam estar firmes no combate à poluição, desenvolver produtos rastreáveis que não causarão danos ambientais em seu ciclo de vida, como os enlatados não reutilizáveis, e investirem em uma tecnologia limpa, já prevendo a sustentabilidade do amanhã. Por isso, é necessário um planejamento sério e elaboração de estratégias benéficas. Agindo assim, estas empresas crescerão e aumentarão sua credibilidade diante do mercado.T
Os princípios do desenvolvimento sustentável procuram, sobretudo, gerar nos empresários um ato de conscientização. Infelizmente, para atingir esta consciência, as empresas ainda precisam de uma certa ameaça em suas questões econômicas. Aliás, quem prejudicar a natureza, pagará muito caro por isso. Mas acredita-se piamente que, no futuro, todos irão se unir no combate à destruição do planeta, sem precisar sofrer ameaças, afinal, nossos filhos e netos precisarão de um bom lugar para viver, e saudável, com certeza...

Leitura: uma preocupação nacional


Por Socorro Lira


Muitos autores têm se preocupado com o problema que boa parte dos alunos apresenta com relação à leitura, por isso, estes formulam teorias e estratégias metodológicas, no sentido de contribuir para que o hábito de ler seja uma prática atrativa, prazerosa e que deixe de ser vista apenas como uma obrigação ou como atividade avaliativa.
Embora já se tenha desenvolvido muitas propostas de leitura, com o intuito de contribuir como instrumento para a melhora desta prática, algumas experiências em sala de aula comprovam que, infelizmente, a leitura ainda não é vista por muitos alunos como uma atividade que ultrapassa a sala de aula e que faz parte de uma iniciativa assistemática, isto é, não compreende somente o espaço escolar.
Segundo a autora Irandé Antunes, os alunos apresentam enormes dificuldades de leitura, o que acaba deixando-os frustrados nas atividades pertencentes a outras disciplinas Na maioria das vezes, estes deixam a escola com a certeza de que são incapazes de participar ativa e criticamente daquilo que acontece à sua volta.
Pesquisas realizadas constataram que um número bastante significativo de alunos brasileiros não compreende o que lê, não conseguem relacionar as várias informações que recebem, têm dificuldades em interpretar, em apoiar-se no conhecimento prévio proporcionado pela leitura, e, conseqüentemente, fazer deduções. Diante de todos esses obstáculos, o aluno terá como resultado negativo uma grande dificuldade em se posicionar criticamente frente ao que lê.
A maior preocupação no que se refere à leitura dos alunos está diretamente relacionada com o fato de que a qualidade de vida do cidadão, na sociedade atual, depende do domínio e da competência de leitura.

O exercício físico e o diabetes



Por Jabert Diniz*

São incontestáveis os benefícios adquiridos por todos os indivíduos através do exercício físico, respeitando, suas particularidades e limitações, naturalmente.
Ao longo de sua vida, o homem vai se tornando sedentário, e a atividade física, tão presente no início de sua vida, torna-se cada vez mais rara.
Mas nem sempre foi assim, o homem primitivo, por necessitar ir em busca de alimentos, tinha uma vida bastante ativa, caçando e, posteriormente, cultivando seus alimentos para sobreviver.
Da necessidade de poupar energia, a espécie humana evoluiu e sobreviveram os que melhor se adaptaram. Mas os mecanismos desenvolvidos para esse armazenamento de energia, em forma de gordura, tão importante em tempos remotos, ironicamente, hoje, são responsáveis por uma série de doenças humanas, entre elas o diabetes.
O número de pessoas com diabetes vem aumentando assustadoramente no mundo inteiro e as causas são diversas como o sedentarismo, a má alimentação e também o estresse do dia-a-dia.
O Diabetes Mellitus é uma síndrome metabólica que se caracteriza por um excesso de glicose (açúcar) no sangue (hiperglicemia), devido à falta ou ineficácia da insulina.(...) Durante a digestão normal, o corpo converte o açúcar, o amido e outros alimentos em açúcar simples, chamado glicose. Esta glicose, por sua vez, é conduzida pelo sangue até as células, sendo introduzida no interior destas através da insulina, convertida em energia para utilização imediata ou armazenada para uso futuro. Com o surgimento do diabetes, este processo é interrompido e a glicose acumula-se no sangue, ocasionando a hiperglicemia e parte dela é expelida pela urina, que é chamada de glicosúria. (Halpern, 1984).
Os sintomas do diabetes podem tornar fácil o seu diagnóstico, quando associado com seus sintomas específicos, porém quando esses sintomas não são tão evidentes, são necessários exames laboratoriais para confirmar.
Como sintomas específicos podemos citar: a poliúria (urinar muito), Polidipsia (beber muita água), Polifagia (comer muito), hiperglicemia, Glicosúria, entre outras. No entanto, há os chamados sintomas não específicos como a sonolência, cansaço físico e mental, perda de peso, cãibras e sensações de adormecimento nas extremidades entre outros, que, nesse caso, seriam necessários testes laboratoriais para confirmar o diagnóstico.
No tratamento do Diabetes Mellitus, e isso já foi comprovado por estudos e pesquisas, há alguns pontos básicos como a dieta, exercícios físicos, o uso de insulina ou hipoglicemiantes orais e educação.
Iremos nos ater aos benefícios do exercício físico no controle do diabetes. Como descrevem Costa e Neto (1992 e Cancelliéri (1999), as vantagens mais evidentes são: aumento da capacitação da glicose pelo músculo; aumento da ação da insulina e de hipoglicemiantes orais; captação da glicose no período pós-exercício; ajuda na redução dos fatores de risco cardiovasculares; no aumento do fluxo de sangue muscular e da circulação de membros inferiores, principalmente nos pés, prevenindo os efeitos da aterosclerose; contribui na redução do colesterol e triglicérides no sangue; colabora na redução da pressão arterial leve e moderada; reduz a perda de massa óssea (osteoporose), atuando como fator mecânico na sua reconstituição; melhora a disposição geral e a sensação de bem-estar e também ocorre uma melhoria da tolerância à glicose e do aumento da sensibilidade à insulina, entre outros benefícios.
É importante saber que nenhum profissional detém o monopólio do tratamento do diabetes e sim que vários profissionais, integrados entre si, podem ser muito mais eficientes tanto no tratamento, na prevenção e, quem sabe, futuramente, na cura desta implacável doença.

Referência:
MARTINS, D. M. Exercício Físico no Controle do Diabetes Mellitus

*Acadêmico do Curso de Educação Física da Universidade do Estado do Pará.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Integração entre as Instituições de Ensino Superior: Ensino, Pesquisa e Extensão


Por Darlen Pimentel, Socorro Lira e Suelen Regina.

Se você já parou para pensar, Santarém é uma cidade universitária. Com aproximadamente 262.721 habitantes (IBGE 2000), a cidade conta com 07 Instituições de Ensino Superior (IES) com uma variedade de cursos, sendo que 03 (três) são instituições públicas e 04 (quatro) são instituições privadas.
As IES de Santarém dispõem de alguns cursos em comum, tanto nas públicas como nas privadas, e outros disponíveis somente em uma ou outra.
É de se esperar que com esse número de universidades na cidade, a comunidade santarena seja muito bem favorecida, uma vez que a função das universidades é promover o conhecimento, para ser usado em benefício de todos. Nessa missão, é necessário que se desenvolva nos cursos de graduação, o ensino, a pesquisa e a extensão.
O ensino tem tido um bom desempenho nas universidades, já que este é o fundamento de qualquer instituição. No que se refere à pesquisa e a extensão todas as instituições de ensino superior de Santarém desenvolvem projetos. Para exemplo, a Universidade Federal do Pará possui aproximadamente 34 projetos, incluindo projetos de pesquisa e extensão. Os projetos de pesquisa somam 18, distribuídos entre os cursos: Biologia, Letras, Pedagogia, Física Ambiental, BSI e Matemática. Segundo o professor Juarez Galvão, Vice-Coordenador da UFPA, “Os projetos de pesquisa e extensão têm trazido um retorno não só acadêmico pela questão do fornecimento de bolsas para os alunos, mas uma prática do conhecimento produzido na Universidade e um retorno para a comunidade.”.
Com relação a este tipo de produção científica em outras Instituições de Ensino Superior de Santarém (IES), a Universidade Estadual do Pará tem um total de 12 projetos de extensão aprovados pelo CCBS (Centro de Ciências Biológicas de Saúde) para o ano de 2007, sendo que os que pertencem ao programa de iniciação científica (pesquisa) ainda estão em fase de aprovação. O professor Dr. José Almir Moraes da Rocha, coordenador da UEPA, explica que os projetos de extensão da instituição trabalham em parceria com a comunidade. Existem trabalhos desenvolvidos com os adolescentes da FUNCAP; com grupo de idosos; outros que têm por finalidade promover ações educativas para adolescentes grávidas; educação em saúde; atividades físicas regular como tratamento da síndrome da fibromialgia; entre outros.
O Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS/ULBRA) desenvolve 32 projetos, 13 são de pesquisa e 19 de extensão. O Coordenador de Pesquisa e Pós-graduação da Instituição, Rubens Nobuo Yuki, afirma “que os projetos desenvolvidos têm um caráter social, não assistencialista, mas que permite um pouco de inclusão social”. Um exemplo é o Projeto Puraqué: inclusão digital e cidadania, que oferta para as pessoas de baixa renda curso de informática básica e informações sobre o contexto social atual para transformar em conhecimento.
O Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES) tem desenvolvido com maior freqüência projetos de extensão. No que se refere à pesquisa, “ainda está num estágio inicial”, afirma a Coordenadora do Programa de Extensão Universitária, Mylene Serruya.
Embora algumas instituições de Ensino possuam cursos afins, o intercâmbio dessas, através dos projetos de pesquisa e extensão, ainda é carente. A maioria desenvolve estes trabalhos interdisciplinares de maneira restrita aos cursos da própria Instituição, com apoio de entidades governamentais ou não, tendo como objetivo principal o benefício da comunidade santarena. A divulgação desses projetos é pouca, apenas é feita fora da Instituição para um público específico, muitas vezes como forma de aplicação do projeto. A integração das IES só é vista através de palestras, mini-cursos ou em eventos que servem de base para a ampliação do conhecimento a pessoas interessadas no tema proposto.
O que se pode verificar é que não há uma integração consolidada entre as IES, mas pode-se considerar que algumas parcerias vêm buscando esse intercâmbio entre as Instituições. O Fórum das Instituições de Ensino Superior de Santarém vem fortalecendo a parceria de todas as IES comprometidas, além da presença de outras Instituições convidadas e representantes de órgãos públicos ligados às águas. Promovendo num sistema de rodízio, encontros acadêmicos entre as seis Instituições de Ensino Superior de Santarém (FIT, UEPA, UFPA, UFRA, CEULS/ULBRA e IESPES) reunidas e vinculadas, por meio de suas coordenações de pesquisa.
O Fórum das IES de Santarém é um grande exemplo de que a somatória de informações, debates, do conhecimento de pesquisadores com suas especialidades e participação dos acadêmicos, promove a melhor qualificação dos profissionais da região. Pois, com a firmação desse intercâmbio entre as IES, “iríamos agregar muito mais valores, pois a informação tem uma abrangência bem maior quando há essa integração”, cita Mylene Serruya.
O fator positivo desse comprometimento com a sociedade e do esperado com a integração das Instituições de Ensino Superior de Santarém, através dos projetos de pesquisa e extensão, é visto pelos coordenadores das IES, como algo necessário e ainda muito “tímido” numa cidade que por muitos é considerada um “Pólo Universitário”. Rubens Nobuo Yuki, vê como “positivo nós termos essa integração, independente da questão de ser uma instituição pública, particular, o objetivo de todas é melhor qualificar os profissionais na região e contribuir com o desenvolvimento regional”.
Para o professor Dr. José Almir Moraes da Rocha, pode-se constatar “que hoje a maioria das Instituições de Ensino Superior, que estão instaladas em nossa cidade, normalmente não conseguem caminhar sozinhas, principalmente quando se fala em pesquisa”, partindo dessa idéia de integração, “quando se unem forças é muito mais fácil conseguir esses projetos. Assim, com um projeto financiado, acaba-se trazendo recursos para todas as Instituições envolvidas”.
Para que essas parcerias interinstitucionais venham a acontecer, a princípio se deve buscar atrelar as IES, com cursos afins, através dos seus projetos de pesquisa e extensão, ou proporcionar aos acadêmicos ou até mesmo à comunidade interessada, palestras, debates como os que vêm acontecendo no Fórum das Instituições de Ensino Superior de Santarém. Dando importância no tratamento não só da temática da água, “mas também expandir para outros campos de discussão”, diz Juarez Galvão.
Espera-se que esses encontros de estudo e debates, voltados para a divulgação científica, e os projetos de pesquisa e extensão, tornem-se instrumentos de integração entre as instituições, trabalhando de forma compromissada com a sociedade, para que se perceba “que as IES não estão aqui para competir, pelo contrário, estão para somar conhecimentos”, conclui José Almir.