quinta-feira, 5 de julho de 2007

O exercício físico e o diabetes



Por Jabert Diniz*

São incontestáveis os benefícios adquiridos por todos os indivíduos através do exercício físico, respeitando, suas particularidades e limitações, naturalmente.
Ao longo de sua vida, o homem vai se tornando sedentário, e a atividade física, tão presente no início de sua vida, torna-se cada vez mais rara.
Mas nem sempre foi assim, o homem primitivo, por necessitar ir em busca de alimentos, tinha uma vida bastante ativa, caçando e, posteriormente, cultivando seus alimentos para sobreviver.
Da necessidade de poupar energia, a espécie humana evoluiu e sobreviveram os que melhor se adaptaram. Mas os mecanismos desenvolvidos para esse armazenamento de energia, em forma de gordura, tão importante em tempos remotos, ironicamente, hoje, são responsáveis por uma série de doenças humanas, entre elas o diabetes.
O número de pessoas com diabetes vem aumentando assustadoramente no mundo inteiro e as causas são diversas como o sedentarismo, a má alimentação e também o estresse do dia-a-dia.
O Diabetes Mellitus é uma síndrome metabólica que se caracteriza por um excesso de glicose (açúcar) no sangue (hiperglicemia), devido à falta ou ineficácia da insulina.(...) Durante a digestão normal, o corpo converte o açúcar, o amido e outros alimentos em açúcar simples, chamado glicose. Esta glicose, por sua vez, é conduzida pelo sangue até as células, sendo introduzida no interior destas através da insulina, convertida em energia para utilização imediata ou armazenada para uso futuro. Com o surgimento do diabetes, este processo é interrompido e a glicose acumula-se no sangue, ocasionando a hiperglicemia e parte dela é expelida pela urina, que é chamada de glicosúria. (Halpern, 1984).
Os sintomas do diabetes podem tornar fácil o seu diagnóstico, quando associado com seus sintomas específicos, porém quando esses sintomas não são tão evidentes, são necessários exames laboratoriais para confirmar.
Como sintomas específicos podemos citar: a poliúria (urinar muito), Polidipsia (beber muita água), Polifagia (comer muito), hiperglicemia, Glicosúria, entre outras. No entanto, há os chamados sintomas não específicos como a sonolência, cansaço físico e mental, perda de peso, cãibras e sensações de adormecimento nas extremidades entre outros, que, nesse caso, seriam necessários testes laboratoriais para confirmar o diagnóstico.
No tratamento do Diabetes Mellitus, e isso já foi comprovado por estudos e pesquisas, há alguns pontos básicos como a dieta, exercícios físicos, o uso de insulina ou hipoglicemiantes orais e educação.
Iremos nos ater aos benefícios do exercício físico no controle do diabetes. Como descrevem Costa e Neto (1992 e Cancelliéri (1999), as vantagens mais evidentes são: aumento da capacitação da glicose pelo músculo; aumento da ação da insulina e de hipoglicemiantes orais; captação da glicose no período pós-exercício; ajuda na redução dos fatores de risco cardiovasculares; no aumento do fluxo de sangue muscular e da circulação de membros inferiores, principalmente nos pés, prevenindo os efeitos da aterosclerose; contribui na redução do colesterol e triglicérides no sangue; colabora na redução da pressão arterial leve e moderada; reduz a perda de massa óssea (osteoporose), atuando como fator mecânico na sua reconstituição; melhora a disposição geral e a sensação de bem-estar e também ocorre uma melhoria da tolerância à glicose e do aumento da sensibilidade à insulina, entre outros benefícios.
É importante saber que nenhum profissional detém o monopólio do tratamento do diabetes e sim que vários profissionais, integrados entre si, podem ser muito mais eficientes tanto no tratamento, na prevenção e, quem sabe, futuramente, na cura desta implacável doença.

Referência:
MARTINS, D. M. Exercício Físico no Controle do Diabetes Mellitus

*Acadêmico do Curso de Educação Física da Universidade do Estado do Pará.

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