quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Os desafios por uma Educação do Campo


Suelen Regina

“O povo tem direito a ser educado no lugar onde vive. Tem direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com sua participação, vinculada a sua cultura e as necessidades humanas e sociais”.

Os acadêmicos de Pedagogia – 2003 do núcleo Universitário de Curuá realizaram do dia 5 a 7 de Outubro de 2007 com apoio da Prefeitura – Curuá e de projetos da Faculdade de Educação da UFPA/ Campus de Santarém (GESTOEPA e GEAFRO), palestras que tinham por finalidade tratar sobre a Educação do Campo, e mini-cursos dos Projetos: GESTOEPA, que tratou do tema “Conselho escolar no Campo”, e do GEAFRO, com o tema “Racismo, preconceito e descriminação racial”. O evento contou com a presença de alunos, professores de Letras e Pedagogia dos Municípios de Curuá e Santarém, e a comunidade geral.

Pensar em educação do campo requer um conhecimento amplo no assunto, tem-se que pensar numa educação voltada para as necessidades locais da região onde se trabalha. Enganamos-nos em acreditar que os maiores desafios para essa educação está na falta de estruturação das escolas, de professores qualificados, de transporte escolar e de material didático-pedagógico, o maior desafio é a mudança do modelo de educação presente no campo. Com o tema “Por uma educação do Campo” palestrou a Profª. Doutora Fátima Lima. Segundo ela, os maiores desafios estão na formação de pesquisadores, em que se esperam pesquisadores voltados para essa temática. Necessita-se de educadores com práticas pedagógicas diferenciadas e um currículo diferenciado, com um conhecimento amplo, que seja sensível e capaz de se adequar às condições da região de ensino, mas, para isso, é necessário que o governo elabore políticas públicas, dando prioridade ao contexto amazônico.

Ao mesmo tempo, que falta o preparo da escola ao não valorizar as diferentes expressões culturais das crianças ao meio em que vivem, falta também apoio para os alunos que, muitas vezes, moram em comunidades diferentes, e precisam se deslocar para o local de ensino, tendo um transporte adequado. A escola não tem condições de trabalhar sozinha, necessita do apoio do Governo para tomada de decisões.

Em continuidade ao evento, os mini-cursos trataram de outros temas como “Conselho escolar no Campo” (GESTOEPA) e sobre “racismo, preconceito e descriminação racial” (GEAFRO). Este último esclareceu algumas dúvidas sobre a distinção de racismo, preconceito e discriminação racial, pois, cada um desses elementos é conseqüente do outro, ou seja, idéia de que existem raças superiores e inferiores; idéia preconcebida, sem razão objetiva ou refletida; e, por último, uma atitude ou uma ação que objetiva diferenciar, distinguir e em geral prejudicar um grupo tendo por base idéias preconceituosas.

O evento proporcionou aos alunos e professores, um momento para reciclar, renovar, mudar idéias. Propor novas metas pedagógicas para as escolas do campo, conhecer as Diretrizes Curriculares do Campo, e reconhecer que o movimento pela educação do campo tem que partir do específico, do local e da cultura amazônica, sem claro, perder o global.

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