terça-feira, 11 de setembro de 2007

Emir Bemerguy: A biografia de um artista

Por Sâmela Ramos

Poeta
“Poeta é o sujeito esquisito
Que planta a castanha do caju
A semente da goiaba
O caroço da manga
E já é capaz de ouvir
Os passarinhos que,
Quatro ou cinco anos mais tarde
Se agasalharão, cantando
Nos ramos da fruteira.”

O poeta que não é santareno de nascimento, mas exalta e enriquece a nossa literatura, nasceu em Fordlândia, em março de 1933. Estudou em Belterra, Santarém e Belém. Formou-se em Odontologia. Colaborou em vários jornais da cidade e capital.
É autor de centenas de letras musicadas pelo maestro Wilson Fonseca, com o qual tinha grande amizade. Emir Bemerguy representa, brilhantemente, um típico cidadão santareno. Em sua produção literária, incluem-se belos poemas, crônicas, contos, romances, que poderiam estar presentes em muitas obras. “Aquarela Mocoronga”, lançado em 1984, é um de seus livros, nele as belezas amazônicas, e, em especial, as de Santarém, são exaltadas pelo poeta.
Várias escolas de nossa cidade, e cidades da região, cito Itaituba, têm hinos com letra de sua autoria.
A sensibilidade do poeta abre-nos os olhos para a grandiosidade da literatura de expressão amazônica, da identidade desse povo, especialmente o santareno.
Recentemente, o ICBS (Instituto Cultural Bonerges Sena) lançou seu livro Momentos Poéticos, que reúne mais de 100 poemas do artista, encontram-se também músicas consagradas e hinos.


E Deus Criou os Anões
“Existem corações.
De vários tamanhos.
Alguns são tão pequenos,
Que as menores dores
Parecem insuportáveis,
Pois ficam apertadas
Dentro deles.
Foi assim que apareceram
Os anões espirituais
Incapazes de carregar
Cruzes maiores.”

Não encontramos apenas regionalismo na produção poética de Emir Bemerguy. Seus poemas alcançam, também, universalidade, e seus temas, a sentimentalidade e um caráter reflexivo. Assim é o nosso poeta, simples, porém, muito grandioso, sorte dos que o lêem.

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