terça-feira, 11 de setembro de 2007

Extinção acelerada de anfíbios



[1]Por Ronniclebson


Os biólogos estudam, cada vez mais, as combinações hierárquicas dos ciclos de perturbação ambiental e respostas bióticas em relação à macro e mega-escalas de agressão ao ambiente, seja terrestre ou aquático. Os anfíbios têm a pele altamente permeável, sendo assim, supõe-se que possam ser mais susceptíveis às toxinas do meio ambiente ou às mudanças nos padrões de temperatura e umidade do que outras espécies de vertebrados terrestres. Os declínios e extinções maciças dessas populações são um problema global com causas locais complexas. Entre essas causas podemos encontrar algumas hipóteses, como o aumento nos índices de radiação ultravioleta (conseqüência da diminuição da camada de ozônio atmosférico), novos predadores nos ecossistemas “in loco” (espécies que foram introduzidas pelo ser humano), toxidade e acidez ambiental (provocados pela monocultura, agrotóxicos, pesticidas...), fragmentação e destruição de habitat, enfermidades emergentes (como um fungo que já matou dezenas de anfíbios na mata atlântica) e interações entre estes fatores.
Para investigar mais a fundo esse fenômeno, foi criada uma força tarefa composta por pesquisadores nacionais e internacionais. Os primeiros resultados das investigações confirmam o desaparecimento de espécies na Costa Rica, em área florestal sem aparentes atividades humanas, 20 espécies não mais foram encontradas desde os anos 80, apesar de esforços atribuídos para tal fim. Em alguns casos, foi possível atribuir a causa do desaparecimento ao uso de pesticidas, inclusive aqueles que interferem com os hormônios dos insetos, e, por conseqüência, afetam os anfíbios.
Um dos fatores ao qual se pensou atribuir o decréscimo se deu com o aumento das radiações ultravioleta da faixa B (particularmente danosa para os organismos vivos), aparentemente não tem influência sensível apesar de pesquisadores como Collins(2003) e Saylor(1997), elucidarem em seus livros que os anfíbios são extremamente susceptíveis a radiação UV-B, dado que seus ovos carecem de casca, e sua pele, tanto a dos espécimes adultos como a dos juvenis, é delgada e delicada.
A “força tarefa” a cargo das pesquisas, por seu relativo insucesso em determinar as razões do fenômeno, sugeriu um ataque multidisciplinar ao problema, visando identificar os verdadeiros fatores que estão provocando as reduções populacionais e a provável extinção de espécies em ambientes naturais.

Em 16 de fevereiro de 2007, cientistas de todo mundo reuniram-se em Atlanta, para dar início à formação de um grupo chamado Amphibian Ark, com o objetivo de salvar 6.000 espécies da extinção.
Com o declínio populacional dos anfíbios, a população humana passa a ser diretamente afetada, por atuarem no controle populacional principalmente de invertebrados como baratas, grilos, mosquitos, aranhas, etc. Na ausência desses animais, o aumento de doenças tropicais, em áreas rurais e urbanas é bem notório.

[1] Aluno do 6º semestre de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas (FIT)

Um comentário:

maloka211295 disse...

Estava no Google procurando as conseqüências que as mudanças ambientais trazem para os anfíbios, para o trabalho de Ciências, quando encontrei esta pesquisa. Me foi bastante útil, agradeço muito.
Beijos e parabéns!