sexta-feira, 20 de junho de 2008

EXERCÍCIO FÍSICO E HIPERTENSÃO ARTERIAL


Se você é daquelas pessoas intemperantes, adora degustar demasiadamente doces e salgados e, acima de tudo, é sedentária, cuidado! Você pode estar em quadro clínico de risco de desenvolvimento de doenças.

Quando o assunto é coração, a preocupação deve dobrada. As enfermidades que atacam esse órgão são várias, dentre elas estão: disritmia cardíaca, isquemia do miocárdio, disfunção ventricular esquerda, doença da artéria coronária, enfarto do miocárdio, angina, entre outras1, no entanto, uma que causa grande temor é a hipertensão arterial. Esta pode ser definida simplesmente pela crônica e persistente elevação da pressão sanguínea2, que vem sendo considerada nos últimos tempos um dos maiores problemas de saúde pública das “sociedades avançadas”, tendo em vista os seus fatores de agravo relacionados, como o estresse profissional e pessoal, dieta inadequada e falta de prática de exercícios físicos3. Por conta disso, fica estimado em 25% da população mundial, o percentual de pessoas hipertensas, sendo que somente a metade dessa estimativa sabe disso e procura tratamento4.

A pressão arterial (PA) divide-se em sistólica e diastólica e geralmente é avaliada em milímetros de mercúrio (mmHg). Varia entre indivíduos em função de variáveis como hora do dia, atividade exercida, idade, e posição (em pé ou deitado), quando a PA é aferida. Níveis inferiores a 140/90 mmHg (ou 14/9 cmHg), dependendo da idade, é considerada normal. A tabela abaixo representa bem o enunciado.

Tab. 1 - Classificação da pressão arterial em adultos (+18 anos)


PA (mmHg)

Diastólica

<80>

80 – 90 – Pré-hipertensão

90 – 99 – Hipertensão estágio 1

≥ 100 – Hipertensão estágio 2

Sistólica

<120>

120 – 139 – Pré-hipertensão

>140 – 159 – Hipertensão estágio 1

≥160 – Hipertensão estágio 2


Fonte: Simão (2004, p. 60)

A instalação da hipertensão no organismo é assintomática, daí seu maior perigo, tornando-se perceptiva apenas em estágios mais avançados. Não obstante, alguns sintomas mais comuns podem ser reflexos do início desta doença crônico-degenerativa, são eles: dor de cabeça frontal ou nucal, náusea, vômito, tonteira, epistaxe, cansaço, palpitação e sudorese5.

Para se prevenir dessa “assassina silenciosa”, alguns cuidados devem ser respeitados. Ei-los: perder peso, caso for obeso; reduzir a ingestão de sal a menos de 2.300mg (uma colher de chá) por dia; manter a ingestão dietética adequada de potássio (frutas e vegetais); limitar a ingestão alcoólica e praticar exercícios regulares6.

Por outro lado, para manter a PA sob controle, em caso de acometido por essa doença, o aconselhado é valer-se do tratamento farmacológico, isto é, utilização dos anti-hipertensivos, mesmo que suscetíveis a efeitos colaterais diversos. Somado a isso, estão os exercícios físicos.

É recomendada aos hipertensos a prática regular de atividades físicas como meio de se controlar a PA não só por promover a perda de peso, como também, e tão importante quanto, melhorar a circulação periférica e orgânica. Ocorre, com isso, a diminuição do ônus do trabalho da musculatura cardíaca.

Aliada a isto, a dieta rica em frutas, vegetais, laticínios com baixo teor de gordura total (saturada, insaturada e colesterol) é preconizada, por recentes pesquisas, em ajudar sensivelmente a baixar a PA em pacientes hipertensos.

Vários são os estudos comprovando o efeito hipotensivo dos exercícios, desde que praticados de forma sistemática e com aconselhamento profissional. Por esse motivo, são indicados tanto na prevenção quanto no tratamento da pressão alta. As atividades aeróbicas, de força e resistidas (musculação) são ideais para baixar a pressão em repouso ao normal em pacientes propensos à hipertensão2.

Com relação aos negros, o risco de hipertensão arterial é elevado, assim como em pessoas com histórico familiar de hipertensão e idosos.

Deixar de praticar atividades físicas além de impedir a melhora da capacidade cardirrespiratória, diminuição do peso corporal gordo, aumento da massa magra, aumento da força, a melhora do perfil lipídico, a diminuição da freqüência cardíada (FC) de repouso, o aumento da FC máxima e a diminuição da PA, impossibilita a busca de uma vida mais saudável e de qualidade.

Cuide bem da sua saúde, ela lhe agradece.

REFERÊNCIAS:

1. POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 3. ed. São Paulo, Manole, 2000.

2. SIMÃO, R. Fisiologia e prescrição de exercícios para grupos especiais. São Paulo: Phorte, 2004.

3. SOUSA, C. A.; HAERTEL, G. B.; SOUZA, M. C. Epidemiologia da hipertensão: exercícios físicos e comunidade. Revista Dynamis, Santa Catarina, v. 10, n. 41, p. 46-51, out/dez. 2002.

4. NESRALLA, I. A. Como cuidar bem do seu coração. 2. ed. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2000.

5. FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física. 2. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

6. NIEMAN, D. C. Exercício e saúde: como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. São Paulo: Manole, 1999.


Luiz Carlos Rabelo Vieira

Acadêmico do Curso de Educação Física da UEPA – Campus de Santarém

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