quinta-feira, 21 de junho de 2007

O melhor da poesia santarena em Felisbelo Sussuarana

Por: Sâmela Ramos


“Meu nome é Felisbelo, um nome raro
que muito diz e não revela tudo;
mas, por capricho do destino rudo,
belo não sou nem sou feliz, é claro...”
Felisbelo Sussuarana



Quem são as estrelas da poesia santarena que tiveram seu brilho ofuscado, não por falta de talento, mas por falta de reconhecimento? Tantos! Com certeza você conhece algum deles, talvez não por sua obra artístico-literária, mas porque seus nomes estão em ruas e escolas de nossa cidade. Felisbelo Jaguar Sussuarana é um deles. Nasceu em 1891 em Santarém, filho de Alexandre Alves Sussuarana e Filomena Nóvoa. A cidade naquela época, tinha uma população de 3000 pessoas. Nesta Santarém, que vivia ainda os influxos da borracha, Felisbelo Sussuarana foi poeta, espalhando suas produções literárias pelos semanários que circulavam pela região, do qual também foi criador do “A cidade” e “Jornal de Santarém”. Nestas edições a poesia estava sempre presente, mostrando-nos o gosto pela atividade artística na cidade, que também florescia na música, basta falar de nomes como Wilson Fonseca( Maestro Isoca). No livro Tupaiulândia, Paulo Rodrigues dos Santos, fala sobre ele: “...se tivesse vivido em meio mais adiantado, os conterrâneos teriam orgulho de ver seu nome nas antologias nacionais”.
Os recursos financeiros impediram que muitas obras do poeta ganhassem a dimensão que deviam, por isso projetos como: “Claro-Escuro”, “Versos Perversos” e “Musa Caipira”, nunca foram publicados. Muitas de suas produções perderam-se em cadernos e borrões, consumidos pelo tempo, mas ainda podemos encontrá-las em jornais da época, que já estão quase desfazendo-se na Biblioteca do Instituto Bonerges Sena. Felizmente, sobre o poeta, temos um ensaio publicado em 1991, ano em que se comemorou seu centenário, “O Mergulho de Felisbelo Sussuarana, no CLARO-ESCURO do homem e da obra”, de autoria de seu filho Felisberto Sussuarana. O artista santareno, escreveu também para o teatro, como a revista: “Olho de Boto”, encenada no antigo Teatro Vitória, contando com a participação de Wilde Fonseca, e outros. O musical e a orquestra estavam sobre a direção do maestro Wilson Fonseca, e a peça estreou em 19 de julho de 1936.
A riqueza e vastidão de suas obras literárias foram relegadas ao esquecimento e abandono, sem valorização, reconhecimento e conhecimento. O poeta foi e é o reflexo da grandiosidade do poeta santareno, amante da liberdade de expressão e da graciosidade temática, aquele que não fala da terra com ufanismo, mas com amor e veneração dignos de um filho. Ele representa o fulgor da poesia santarena. Agora sabemos que em nossa história literária tivemos, e ainda temos, nomes que poderiam estar no cenário nacional, divulgados, lidos e apreciados. Infelizmente, ficamos devendo à sociedade e ao grande público, amante de literatura, a digna edição das obras deste mestre, que mesmo sem reconhecimento, fez seu nome, e mesmo que muitos não o conheçam, ele, de alguma forma, estará presente nas lembranças daqueles que o conheceram, e também daqueles que acabaram se apaixonando pela sua grandiosidade literária, que faz parte do melhor da poesia santarena.

4 comentários:

Unknown disse...

chato
isamara soares

Unknown disse...

um pouco interesante com assunto muitos negligiveis

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Joelma Portugal de Freitas disse...

Grande poeta mocorongo. É preciso que as escolas resgatem nossos poetas, nossos cantares e nosso povo presente na literatura de escritores da terra. Quem acha chato ou de pouco valor não percebe que a valorização começa por aqueles que se sentem representados em versos tão pungentes e criativos.