quinta-feira, 21 de junho de 2007

Integração entre as Instituições de Ensino Superior: Ensino, Pesquisa e Extensão


Por Darlen Pimentel, Socorro Lira e Suelen Regina.

Se você já parou para pensar, Santarém é uma cidade universitária. Com aproximadamente 262.721 habitantes (IBGE 2000), a cidade conta com 07 Instituições de Ensino Superior (IES) com uma variedade de cursos, sendo que 03 (três) são instituições públicas e 04 (quatro) são instituições privadas.
As IES de Santarém dispõem de alguns cursos em comum, tanto nas públicas como nas privadas, e outros disponíveis somente em uma ou outra.
É de se esperar que com esse número de universidades na cidade, a comunidade santarena seja muito bem favorecida, uma vez que a função das universidades é promover o conhecimento, para ser usado em benefício de todos. Nessa missão, é necessário que se desenvolva nos cursos de graduação, o ensino, a pesquisa e a extensão.
O ensino tem tido um bom desempenho nas universidades, já que este é o fundamento de qualquer instituição. No que se refere à pesquisa e a extensão todas as instituições de ensino superior de Santarém desenvolvem projetos. Para exemplo, a Universidade Federal do Pará possui aproximadamente 34 projetos, incluindo projetos de pesquisa e extensão. Os projetos de pesquisa somam 18, distribuídos entre os cursos: Biologia, Letras, Pedagogia, Física Ambiental, BSI e Matemática. Segundo o professor Juarez Galvão, Vice-Coordenador da UFPA, “Os projetos de pesquisa e extensão têm trazido um retorno não só acadêmico pela questão do fornecimento de bolsas para os alunos, mas uma prática do conhecimento produzido na Universidade e um retorno para a comunidade.”.
Com relação a este tipo de produção científica em outras Instituições de Ensino Superior de Santarém (IES), a Universidade Estadual do Pará tem um total de 12 projetos de extensão aprovados pelo CCBS (Centro de Ciências Biológicas de Saúde) para o ano de 2007, sendo que os que pertencem ao programa de iniciação científica (pesquisa) ainda estão em fase de aprovação. O professor Dr. José Almir Moraes da Rocha, coordenador da UEPA, explica que os projetos de extensão da instituição trabalham em parceria com a comunidade. Existem trabalhos desenvolvidos com os adolescentes da FUNCAP; com grupo de idosos; outros que têm por finalidade promover ações educativas para adolescentes grávidas; educação em saúde; atividades físicas regular como tratamento da síndrome da fibromialgia; entre outros.
O Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS/ULBRA) desenvolve 32 projetos, 13 são de pesquisa e 19 de extensão. O Coordenador de Pesquisa e Pós-graduação da Instituição, Rubens Nobuo Yuki, afirma “que os projetos desenvolvidos têm um caráter social, não assistencialista, mas que permite um pouco de inclusão social”. Um exemplo é o Projeto Puraqué: inclusão digital e cidadania, que oferta para as pessoas de baixa renda curso de informática básica e informações sobre o contexto social atual para transformar em conhecimento.
O Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES) tem desenvolvido com maior freqüência projetos de extensão. No que se refere à pesquisa, “ainda está num estágio inicial”, afirma a Coordenadora do Programa de Extensão Universitária, Mylene Serruya.
Embora algumas instituições de Ensino possuam cursos afins, o intercâmbio dessas, através dos projetos de pesquisa e extensão, ainda é carente. A maioria desenvolve estes trabalhos interdisciplinares de maneira restrita aos cursos da própria Instituição, com apoio de entidades governamentais ou não, tendo como objetivo principal o benefício da comunidade santarena. A divulgação desses projetos é pouca, apenas é feita fora da Instituição para um público específico, muitas vezes como forma de aplicação do projeto. A integração das IES só é vista através de palestras, mini-cursos ou em eventos que servem de base para a ampliação do conhecimento a pessoas interessadas no tema proposto.
O que se pode verificar é que não há uma integração consolidada entre as IES, mas pode-se considerar que algumas parcerias vêm buscando esse intercâmbio entre as Instituições. O Fórum das Instituições de Ensino Superior de Santarém vem fortalecendo a parceria de todas as IES comprometidas, além da presença de outras Instituições convidadas e representantes de órgãos públicos ligados às águas. Promovendo num sistema de rodízio, encontros acadêmicos entre as seis Instituições de Ensino Superior de Santarém (FIT, UEPA, UFPA, UFRA, CEULS/ULBRA e IESPES) reunidas e vinculadas, por meio de suas coordenações de pesquisa.
O Fórum das IES de Santarém é um grande exemplo de que a somatória de informações, debates, do conhecimento de pesquisadores com suas especialidades e participação dos acadêmicos, promove a melhor qualificação dos profissionais da região. Pois, com a firmação desse intercâmbio entre as IES, “iríamos agregar muito mais valores, pois a informação tem uma abrangência bem maior quando há essa integração”, cita Mylene Serruya.
O fator positivo desse comprometimento com a sociedade e do esperado com a integração das Instituições de Ensino Superior de Santarém, através dos projetos de pesquisa e extensão, é visto pelos coordenadores das IES, como algo necessário e ainda muito “tímido” numa cidade que por muitos é considerada um “Pólo Universitário”. Rubens Nobuo Yuki, vê como “positivo nós termos essa integração, independente da questão de ser uma instituição pública, particular, o objetivo de todas é melhor qualificar os profissionais na região e contribuir com o desenvolvimento regional”.
Para o professor Dr. José Almir Moraes da Rocha, pode-se constatar “que hoje a maioria das Instituições de Ensino Superior, que estão instaladas em nossa cidade, normalmente não conseguem caminhar sozinhas, principalmente quando se fala em pesquisa”, partindo dessa idéia de integração, “quando se unem forças é muito mais fácil conseguir esses projetos. Assim, com um projeto financiado, acaba-se trazendo recursos para todas as Instituições envolvidas”.
Para que essas parcerias interinstitucionais venham a acontecer, a princípio se deve buscar atrelar as IES, com cursos afins, através dos seus projetos de pesquisa e extensão, ou proporcionar aos acadêmicos ou até mesmo à comunidade interessada, palestras, debates como os que vêm acontecendo no Fórum das Instituições de Ensino Superior de Santarém. Dando importância no tratamento não só da temática da água, “mas também expandir para outros campos de discussão”, diz Juarez Galvão.
Espera-se que esses encontros de estudo e debates, voltados para a divulgação científica, e os projetos de pesquisa e extensão, tornem-se instrumentos de integração entre as instituições, trabalhando de forma compromissada com a sociedade, para que se perceba “que as IES não estão aqui para competir, pelo contrário, estão para somar conhecimentos”, conclui José Almir.

Oeste do Pará na luta pelo Novo Estado



Por: Aulenice Ferreira e Paula Galvão

A criação do Estado do Tapajós é o grande desejo da população do Oeste do Pará, isso não é uma idéia nova, tudo começou em 1876, quando o militar Augusto Fausto de Sousa propôs uma nova divisão do Império, a qual visava a criação da Província do Tapajós, tendo como objetivo a garantia da soberania brasileira na Amazônia e a busca pelo desenvolvimento econômico e social do Norte do Brasil. Seriam criadas 40 províncias, dentre elas a Província do Tapajós. É um sonho de mais de 150 anos e, de lá pra cá tem-se alcançado grandes conquistas. Estamos perto da realização deste grandioso sonho.
Existem, ainda, alguns empecilhos que prejudicam o andamento da fundação da Unidade Federativa, um deles é a falta de informação de pessoas, que, muitas vezes, influenciadas por outras, deixam de acreditar que com o Novo Estado poderá trazer grandes benefícios para a Região Amazônica e para o Oeste do Pará.
Hoje, vários são os motivos para a sua criação dentre elas temos: a falta de representatividade do poder público em áreas isoladas como o Oeste do Pará; o Novo Estado é muito mais do que um projeto político é um projeto que visa o desenvolvimento estratégico de segurança nacional, econômico e social, no Norte do Brasil. Além disso, o futuro do Estado do Tapajós, na prática, já se constitui uma unidade com vida própria e auto-suficiência .
Grandes serão as mudanças e benefícios para a região. Somente a área territorial abrangerá 58 municípios, numa área de 722.358 Km2 (58%), com uma população de 1.305 mil habitantes, o equivalente a 16% da população do Estado do Pará e com uma densidade demográfica de 1,81 hab/Km2 . Além do crescimento geográfico, a região ganhará também mais investimentos nos mais diversos setores: educação, saúde, infra-estrutura, segurança e projetos nos planos econômico e social.
Nos últimos 17 anos, várias conquistas foram alcançadas,as principais delas foram: a aprovação do projeto pelo Senado em 2000, por unanimidade, a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça. Agora, busca-se o Plebiscito para a criação da Unidade Federativa do Estado do Tapajós, que segundo Edivaldo Bernardo, presidente do Movimento da Frente Popular pela criação do Novo Estado, deverá ser votado ainda em agosto deste ano.
A criação do Estado do Tapajós trará inúmeras vantagens tanto para a população do Oeste quanto para as demais regiões do Pará. A primeira delas está relacionada à distribuição dos recursos, como diz Edivaldo Bernardo: “o Fundo de Participação do Estado (FPE), registra atualmente para o Estado do Pará cerca de 123,25 milhões mensais para investir em toda a região paraense; com o novo estado, nós, da Região Oeste, ficaremos com 69,6 milhões e o Pará ficará com 107,3 milhões em seus cofres públicos. Em compensação, o Pará, que hoje investe em 143 municípios, passará a investir em 118, porém com muito mais recursos. Na verdade, todos têm a ganhar; o que está faltando é informação, principalmente para aqueles que são contra a criação do novo estado; quando eles souberem que eles próprios têm muito mais a ganhar, mudarão de idéia”. Edivaldo ressaltou ainda que, no tocante a estes recursos, toda a Região Norte do país terá ganhos, principalmente econômicos, uma vez que serão gerados aproximadamente 200 mil empregos diretos e indiretos, contribuindo, assim, para o desenvolvimento sócio- econômico do Norte do País, e não somente da Região Oeste do Pará, com se pensa. “Se você cria um estado, só da parte do poder público, são 65 mil funcionários distribuídos em prefeitura e outros órgãos públicos, somados a outras empresas privadas que terão que dar emprego para muitas pessoas, com isso aumentam os serviços e aí se precisará de muita gente para trabalhar. E isso não é uma promessa política, afinal, o estado não pode ser criado sem ter funcionários para viabilizar a sua administração. È algo que vai ocorrer de fato”.
Outra vantagem bastante significativa estará no PIB (Produto Interno Bruto): O Estado do Tapajós será o quarto na lista dos PIBs dos Estados da Amazônia, com R$ 5.173 Bilhões, ficando à frente dos Estados de Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. Edvaldo faz lembrar, ainda, que o PIB é exatamente toda a riqueza do estado e acrescenta: “o Novo Estado já nascerá rico e poderoso”.
Quanto à representatividade política, o Estado do Tapajós ficará com um governador, três senadores da república , oito deputados federais e uma bancada estadual de 28 representantes dos diversos municípios. Tudo ficará mais fácil, uma vez que o centro de decisão estará mais próximo do povo e não tão longínquo como atualmente.
Com a criação do Estado do Tapajós, a capital possivelmente será sediada em Santarém, pelo seu tamanho e acesso aos demais municípios. Questionado sobre o desenvolvimento educacional na capital do Novo Estado, Edvaldo diz que no nível universitário, muitos pontos positivos serão alcançados: as atuais universidades públicas, como UFPA, UFRA e UEPA deixarão de ser apenas campi do interior, e se tornarão Universidades matrizes, o que significa muitas melhorias na infra-estrutura, diversidade de cursos de graduação (com ênfase nas necessidades da região), além de programas de pós-graduação, como mestrado e doutorado. A Universidade Federal do Oeste do Pará, por exemplo, terá muitas vantagens sendo sediada em uma capital, e como se pode esperar, esse desenvolvimento também se refletirá nos demais municípios integrantes do Novo Estado; alguns campi da Região Oeste não dispõem nem ao menos de um prédio próprio para o funcionamento da UFPA, precisam estar instalados em escolas públicas dos municípios, como é o caso de Itaituba.
Para a Criação do Novo Estado, muitas medidas estão sendo tomadas a fim de agilizar este processo, como a campanha de arrecadação de 500 mil assinaturas nos municípios da Região Oeste, a serem levadas à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, com o intuito de promover a rapidez na aprovação do Plebiscito em prol do Estado do Tapajós. Para isso, uma equipe está andando de casa em casa na busca de recolhê-las; outras assinaturas serão recolhidas em lugares públicos, como restaurantes, igrejas e escolas, além da Internet, no site www.novoestado.com.br. Edvaldo acredita que, com essas assinaturas, o Senado Federal deverá aprovar o Plebiscito de forma mais rápida: “Não é possível que eles não respeitem a vontade de 500 mil pessoas” - complementa. Outra medida em prol do Novo Estado está sendo a distribuição de panfletos e adesivos para carros e motos, e a comissão organizadora conta com o apoio de toda a população para que esta campanha seja efetivada com sucesso. Caso tudo venha a ocorrer como é o esperado, o Plebiscito deverá ser aprovado em agosto, pronto a ser executado. As entrevistas promovidas pelos sistemas de comunicação, assim como os debates sobre a Criação do Novo Estado, também são elementos positivos para propagar o assunto e informar à população que a criação de mais um estado, sobretudo na Região Oeste do Pará, só trará ganhos para todos.
Assim, é preciso que as pessoas tomem consciência de que a criação do Novo Estado trará benefícios para nossa Região, e não se deixem influenciar por pessoas e políticos que não concordam e não querem o desenvolvimento do Oeste do Pará. Vale ressaltar que a Região Norte do Brasil ganhará muito mais do que investimentos e crescimento, mas também autonomia e prestígio no âmbito nacional. Agora, só nos resta querer e lutar por isso.

O melhor da poesia santarena em Felisbelo Sussuarana

Por: Sâmela Ramos


“Meu nome é Felisbelo, um nome raro
que muito diz e não revela tudo;
mas, por capricho do destino rudo,
belo não sou nem sou feliz, é claro...”
Felisbelo Sussuarana



Quem são as estrelas da poesia santarena que tiveram seu brilho ofuscado, não por falta de talento, mas por falta de reconhecimento? Tantos! Com certeza você conhece algum deles, talvez não por sua obra artístico-literária, mas porque seus nomes estão em ruas e escolas de nossa cidade. Felisbelo Jaguar Sussuarana é um deles. Nasceu em 1891 em Santarém, filho de Alexandre Alves Sussuarana e Filomena Nóvoa. A cidade naquela época, tinha uma população de 3000 pessoas. Nesta Santarém, que vivia ainda os influxos da borracha, Felisbelo Sussuarana foi poeta, espalhando suas produções literárias pelos semanários que circulavam pela região, do qual também foi criador do “A cidade” e “Jornal de Santarém”. Nestas edições a poesia estava sempre presente, mostrando-nos o gosto pela atividade artística na cidade, que também florescia na música, basta falar de nomes como Wilson Fonseca( Maestro Isoca). No livro Tupaiulândia, Paulo Rodrigues dos Santos, fala sobre ele: “...se tivesse vivido em meio mais adiantado, os conterrâneos teriam orgulho de ver seu nome nas antologias nacionais”.
Os recursos financeiros impediram que muitas obras do poeta ganhassem a dimensão que deviam, por isso projetos como: “Claro-Escuro”, “Versos Perversos” e “Musa Caipira”, nunca foram publicados. Muitas de suas produções perderam-se em cadernos e borrões, consumidos pelo tempo, mas ainda podemos encontrá-las em jornais da época, que já estão quase desfazendo-se na Biblioteca do Instituto Bonerges Sena. Felizmente, sobre o poeta, temos um ensaio publicado em 1991, ano em que se comemorou seu centenário, “O Mergulho de Felisbelo Sussuarana, no CLARO-ESCURO do homem e da obra”, de autoria de seu filho Felisberto Sussuarana. O artista santareno, escreveu também para o teatro, como a revista: “Olho de Boto”, encenada no antigo Teatro Vitória, contando com a participação de Wilde Fonseca, e outros. O musical e a orquestra estavam sobre a direção do maestro Wilson Fonseca, e a peça estreou em 19 de julho de 1936.
A riqueza e vastidão de suas obras literárias foram relegadas ao esquecimento e abandono, sem valorização, reconhecimento e conhecimento. O poeta foi e é o reflexo da grandiosidade do poeta santareno, amante da liberdade de expressão e da graciosidade temática, aquele que não fala da terra com ufanismo, mas com amor e veneração dignos de um filho. Ele representa o fulgor da poesia santarena. Agora sabemos que em nossa história literária tivemos, e ainda temos, nomes que poderiam estar no cenário nacional, divulgados, lidos e apreciados. Infelizmente, ficamos devendo à sociedade e ao grande público, amante de literatura, a digna edição das obras deste mestre, que mesmo sem reconhecimento, fez seu nome, e mesmo que muitos não o conheçam, ele, de alguma forma, estará presente nas lembranças daqueles que o conheceram, e também daqueles que acabaram se apaixonando pela sua grandiosidade literária, que faz parte do melhor da poesia santarena.

Universidade Federal do Pará completará 50 anos

A Universidade Federal do Pará possui uma trajetória de conquistas e realizações. É um dos maiores centros de ensino superior, em número de alunos. A UFPA este ano completará 50 anos de existência. Tudo teve início com a Lei n°. 3.191 de 2 de julho de 1957, sancionada pelo presidente Juscelino Kubstichek, após cinco anos de tramitação legislativa, Com o passar de 18 meses, a Instituição foi instalada, solenemente, pelo próprio presidente através de um ato simbólico em sessão realizada no Teatro da Paz. Em 12 de outubro de 1957 foi aprovado o decreto n. 42.427 do novo estatuto da Universidade, que definia a política educacional da instituição, sendo o primeiro reitor Mário Braga Henriques, em exercício desde 28 de novembro do mesmo ano.
Em 1962 realizou-se a primeira reforma estatuária da Instituição, a qual foi publicada no Diário Oficial da União. Após a reforma estátuária, a Universidade foi reestruturada pela Lei n°. 4.283, de 18 de novembro de 1983. Foi durante este período, que ocorreu a implantação de novos cursos. Em 2 de setembro de 1970, o Conselho Federal de Educação aprovou o regimento Geral da Universidade Federal do Pará, através da portaria n°. 1.307/70. Uma revisão regimental foi procedida em 1976/1977, que visava as disposições legais supervenientes gerando o novo regimento aprovado pelo Conselho Federal de Educação.
Hoje, a UFPA, é uma grande e importante instituição federal de ensino superior, tendo como reitor o Professor Doutor Alex Bolonha Fiúza de Mello, reeleito para o quadriênio jul. 2005 a junh. 2009. Atualmente, ela atende vários municípios através dos núcleos de ensino proporcionando às comunidades cursos de graduação de qualidade. Esta foi uma estratégia adotada para atender a demanda de pessoas que, em virtude da distância e de trânsito, estavam excluídas do ambiente universitário. Uma de suas propostas é proporcionar a geração, a difusão e aplicação do conhecimento nos mais diversos campos do saber, contribuindo para a formação de profissionais, mediante formação humanística, crítica, reflexiva e investigativa.
Em Belém, diversas programações marcarão o quinquentenário da UFPA, que, ao mesmo tempo, estará se fazendo o resgate da história da Instituição. Dentre as atividades comemorativas estão previstas: o lançamento de obras, exposições fotográficas, no entanto, é no Teatro da Paz que se realizará um dos principais atos de comemoração no dia 2 de julho deste ano.
A busca de proporcionar um ensino cada vez melhor, estimulando a implantação de projetos de pesquisa e extensão, inserindo no mercado de trabalho, profissionais competentes em suas respectivas áreas, é que faz da UFPA uma das maiores universidades em termos de formação acadêmica e pesquisas, do Norte do Brasil.

Fontes:
www.ufpa.br e Jornal Beira do Rio


Poesia Santarena: Uma Desvalorização Cultural e Literária

“Este é o Santarém da minha infância!...”.
Equando, ao longe, aspiro essa fragância,
Pelos olhos me escorre o coração!...”
(Padre Manuel Albuquerque)

Santarém é conhecida, nacionalmente, como um dos mais belos pontos turísticos do Brasil, por suas belas praias, como Alter-do-Chão, que atrai centenas de turistas na época do Sairé. Além disso, a cidade também chama a atenção pelo artesanato mocorongo que é outra opção para quem visita a cidade. A música também vem a ser outra grande atração. Cantores apaixonados cantam a terra querida, sua beleza, seus acontecimentos e lendas da região. O encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas já serviram de inspiração para as composições de grandes artistas. As letras musicais exaltam todo sentimentalismo, a paixão e a emoção de ser santareno nato.
A produção literária é riquíssima em temáticas, versos e conteúdo. Alguns poemas trazem vestígios dos estilos literários mais conhecidos: Parnasianismo, Simbolismo, Romantismo e até Modernismo. Mas, infelizmente, não presenciamos uma valorização desse arsenal poético. Vários poetas ficaram no anonimato, os livros, documentos não mencionam os grandes compositores poéticos que existiram. Os mais conhecidos são Felisbelo Sussuarana, Padre Manuel Albuquerque, Paulo Rodrigues dos Santos, Silvério Sirotheau Corrêa, mas não temos um estudo aprofundado a respeito destes autores e grandes contribuidores na literatura mocoronga.
Os jornais O Mariano, Jornal de Santarém, A Cidade,O Commércio dentre outros, trazem ainda em suas páginas amareladas e deterioradas pela ação do tempo, poemas que falam de Amor, de Santarém, da Virgem Maria, os quais estão armazenados nas bibliotecas de Santarém, materiais riquíssimos em termos de pesquisa. A publicação de poemas nos jornais foi a forma encontrada para publicá-los, serem lidos e apreciados pela população.
Poemas de 1915, 1917 a 1929 se encontram nas primeiras páginas destes jornais. De temáticas variadas, estruturas herdadas do parnasianismo, o soneto é encontrado dentro da produção literária santarena dessas épocas. Uso de pseudônimos, uma característica árcade, também foi bastante utilizada pelos poetas mocorongos, muitos assinavam o poema apenas com uma única letra. É uma pena que, por descuido ou mesmo falta de apoio não temos um estudo ou pesquisas que tratem da produção literária de Santarém, há apenas algumas informações acerca de poucos autores e obras.
Mas a poesia santarena deixa as páginas dos jornais e ganha o palco do Auditório Fernando Guilhon da Casa da Cultura João Santos, em 1988, com a I Semana de Poesia, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura, coordenada por Milton Corrêa. O evento foi um sucesso. Das 65 poesias, 15 ficaram para a grande finalíssima. O primeiro colocado, com a poesia “Conversando com a Arte” coube a Écio Santos, o segundo lugar, a Antônio Aldo Arrais (poeta alenquerense) com a obra “Queimadas” e o terceiro coube a Alderico Pinto e Silva com a poesia “Vai João”. Além das apresentações das poesias, houve várias atrações musicais, o que também atraiu a presença do público.
A Semana de Poesia foi a forma encontrada para divulgar a produção literária local e as composições musicais, visando ainda a revelação de novos talentos. Vale ressaltar que eventos como estes já não acontecem mais na cidade, uma vez que houve uma desvalorização do público e o prestígio pela produção literária decresceu. Temos obras poéticas encantadoras guardadas em estantes de bibliotecas particulares e muitos poetas escondidos pela cidade que não têm como divulgar seus trabalhos, seja na música ou na literatura.
A produção literária mocoronga é rica e tem muito a ser explorada. Nas escolas pouco se sabe da própria cidade, as obras literárias raramente são pesquisadas ou sequer mencionadas pelos professores, desta forma fica difícil conhecer nossa cultura e nossa própria terra. Parte dessa produção está se perdendo em bibliotecas. Isto tem se dado porque não a valorizamos e com o passar dos anos, parece estar se extinguindo. E com o desprestígio da nossa Literatura vai se perdendo um pouco da nossa história.